28 de abril de 2012

Comando de Oeiras encerra definitivamente a 1 de Julho de 2013

O comando da NATO em Oeiras encerra definitivamente a 01 de julho de 2013, ao fim de mais de 40 anos em actividade permanente, revelou em entrevista à agência Lusa o contra-almirante Pires da Cunha.

"Vamos fechar e está tudo previsto para desativarmos em janeiro de 2013 e depois fecharmos finalmente em 01 de julho de 2013", declarou o chefe do Estado-Maior do Comando de Forças Conjunto (JFCL, em inglês) da Aliança Atlântica, situado em Oeiras.

De acordo com a nova reforma da NATO, aprovada na cimeira de Lisboa, em 2010, o JFCL desaparece da estrutura militar da organização e será colocada em Oeiras a "STRIKFORNATO", a sua força naval de reação rápida que até agora estava em Nápoles, Itália.

O comando da Aliança foi inaugurado em outubro de 1972, ainda no Estado Novo, no Reduto Gomes Freire (uma estrutura da Marinha do século XIX), tendo passado ao longo das décadas por diversas transformações.

O almirante Fernando Pires da Cunha, "número três" na hierarquia do JFCL e nestas funções desde 2009, adiantou que o processo de instalação da nova força militar em Oeiras será feito "muito rapidamente" e que "vai tudo decorrer este ano". "Até ao final deste ano eles estarão prontos e instalados cá", precisou.

"Nós trabalhamos sempre com planeamento, já estamos a diminuir o nosso dispositivo [do JFCL] e a libertar áreas para eles poderem vir, neste momento já temos uma ala pronta para poderem chegar cá", acrescentou.

O militar português referiu que este é um movimento com exigências e que a STRIKFORNATO - comandada por um almirante norte-americano que também chefia a VI Esquadra da Marinha dos EUA, na zona do Atlântico - pode a qualquer momento ser chamada para uma missão.

"Eles fazem parte da força de reação rápida deste ano, portanto vai ser uma transição enquanto estão prontos para serem empregues em qualquer atividade da NATO que seja necessária, é sensível, é um movimento sensível, eles têm de mudar-se e ao mesmo tempo estar operacionais", observou.

As diferenças desta força para o JFCL são "bastante grandes", disse Pires da Cunha, assinalando que esta é formada por um memorando assinado entre onze países da NATO, assim como o seu financiamento, e não por todos os Estados-membros como acontecia até agora.

O objetivo da reforma da organização é, assinalou o almirante português, tornar a estrutura militar "mais flexível, mais ágil e com menores dimensões" para enfrentar os desafios: "Para esse efeito a NATO vai diminuir o seu efetivo de 13 mil homens para 8800 e isso implica o fecho deste comando".

Da cimeira de Lisboa saiu também um novo conceito de projeção de forças militares, que o JFCL vai testar na próxima semana, juntamente com várias estruturas da NATO, num exercício militar na Noruega.

"Este comando, porque foi o que esteve mais envolvido nas forças de prontidão imediata da NATO e como tinha essa experiência mais recente, foi escolhido para fazer o estudo com os outros dois comandos que iam restar neste nível, Brunssum, na Holanda, e Nápoles, na Itália", declarou Pires da Cunha.

Até ao final de 2012, o JFCL irá também passar para o comando de Nápoles a responsabilidade pela missão de apoio à União Africana, que pretende "estabelecer em África um comando do género da estrutura da NATO para controlar e poder coordenar as Forças Armadas".

"Estamos a dar apoio [à União Africana] ao nível do planeamento, temos uma equipa colocada na Etiópia e essa operação vamos mantê-la até ao final do ano, nessa altura vamos passar essa atividade, que não vai desaparecer, é uma atividade que a NATO pretende manter", adiantou o português, que irá permanecer no JFCL até ao seu encerramento. (IOL)

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