Num almoço-debate promovido ontem pela revista de 'Segurança e Defesa', o comandante-geral da GNR, General Nelson Santos, declarou que o crime em Portugal atingiu um grau de gravidade que não podem ser só as forças e serviços de segurança a combatê-lo.
Pediu aos próximos governantes que mudem a constituição para permitir a ajuda dos militares.
O comandante-geral da GNR, general Nelson Santos, apelou ontem aos próximos responsáveis políticos a que mudem a constituição de forma a permitir que as Forças Armadas combatam a criminalidade ao lado das Forças de Segurança.
"A criminalidade não é um problema exclusivo das polícias e no seu combate devem ser empregues todos os meios que permitam ir vencendo as batalhas diárias de forma a que a guerra global contra o crime nunca se perca, como infelizmente acontece noutras partes do mundo", declarou este alto responsável, que é oficial do Exército.
Nelson Santos falava a uma plateia de altos dirigentes das forças de segurança e militares, no âmbito de um almoço-debate promovido pela revista Segurança e Defesa, no qual era o convidado de honra.
Na presença do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e de outros altos dirigentes do Sistema de Segurança Interna, as palavras do general surpreenderam.
Cauteloso, citou primeiro o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, para expor o seu ponto de vista. "Numa recente intervenção", lembrou o comandante-geral da GNR, defendeu que, "face às ameaças e aos riscos com que hoje as nossas sociedades se debatem, era absolutamente obrigatório que encarássemos a segurança de um ponto de vista cooperativo e numa perspectiva integrada de segurança e defesa, à semelhança do que vários dos nossos aliados na NATO e na União Europeia já fazem".
Nelson Santos reconheceu que pelas suas "experiências, num passado muito recente, como oficial do Exército e agora como comandante da Guarda Nacional Republicana, levam-me a concordar inteiramente" e, "mais do que isso, dizer que urge que os responsáveis políticos tomem decisões que vão ao encontro das suas palavras".
Determinado, a olhar a plateia de frente, defendeu que "a concretização de um modelo gestionário que contemple a coordenação e a direcção integrada do combate às ameaças que no âmbito da segurança e defesa se colocam na actualidade às sociedades e ao nosso país, tornará, certamente, mais eficaz e económico esse combate".
O comandante-geral da GNR sublinhou que "terminaram os "tempos" em que a "criminalidade violenta" era uma "excepção".
"Hoje, encontra-se claramente no topo das preocupações da sociedade" portuguesa, asseverou. "Importa que no nosso país olhemos o futuro com prudência e cautela, porque o crime e a violência continuarão a fazer parte do nosso quotidiano numa dimensão, grau de incidência e configuração que são imprevisíveis", concluiu. (D.N)
E como pretende colocar essa ideia em prática? Com recurso aos militares em regime de contrato ou voluntariado? Com que preparação? Não discordo totalmente, pois até ganham mais que as Forças de Segurança e, ainda assim, se os generais podem vir para cá "mandar", porque não podem vir as praças para lhes obedecer? Mas os portugueses sabem o que se pretende ... Como as Forças Armadas não têm nada para fazer (felizmente) mas os seus oficiais querem todos chegar a general (temos mais Generais que os Estados Unidos!)e n altura em que o governo aprova lei para reduzir os quadros, só têm uma solução: A segurança interna. Mas nem as funções que a constituição já lhes permite as FA cumprem: A prevenção e combate aos incêndios, apenas porque não têm praças e os oficiais e sargentos não podem estutariamente desempenhar tais funções, apenas podem comandar. Mas quem?
ResponderEliminarDiscurso do Comandante Geral da GNR no almoço - debate promovido pela revista de “Segurança e Defesa”
ResponderEliminar»»http://www.gnr.pt/portal/admin/internet/noticias/documentos/Discurso%20do%20evento%20Segurança%20e%20Defesa.pdf