12 de outubro de 2009

Coreia do Norte,lançou mais cinco mísseis de curto alcance

A Coreia do Norte lançou nesta segunda-feira cinco mísseis de curto alcance em sua costa leste, informou a agência sul-coreana Yonhap, justo quando Pyongyang parecia resolvida a voltar às negociações sobre seu programa nuclear.

Os mísseis foram lançados das proximidades da base de Musudan-ri, na província de Hamgyong, segundo a fonte, que afirmou que o Governo norte-coreano tinha emitido uma proibição de navegação nas duas costas de 10 a 20 de outubro, em uma faixa de 120 quilômetros.

As autoridades japonesas também foram avisadas pela Coreia do Norte sobre a realização de manobras militares entre hoje e 25 deste mês no litoral oeste norte-coreano, segundo a agência japonesa "Kyodo".

A Coreia do Norte testou entre 2004 e 2007 um total de 12 mísseis deste tipo, enquanto o lançamento de hoje é o primeiro desde julho.
Segundo uma fonte do Governo de Seul citada pela "Yonhap", são mísseis terra-terra do tipo KN-02 com um alcance de 120 quilômetros que podem ser disparados a partir de uma plataforma de lançamento móvel.

Analistas consultados pela "Yonhap" indicaram que as características destes mísseis de curto alcance mostram que a Coreia do Norte continua disposta ao diálogo e não acham que esse fato possa afetar futuras negociações de desarmamento.

O teste militar de Pyongyang poderia ser um exercício de rotina, segundo a "Yonhap", mas ocorre justamente quando as relações entre as duas Coreias começavam a melhorar e parecia que o regime norte-coreano estava disposto a voltar à mesa de negociações sobre seu programa nuclear.

O lançamento de mísseis coincide com os esforços de Pyongyang para se reunir com representantes de Washington para tratar sobre sua desnuclearização e eventuais compensações.

Também aconteceu horas depois de Seul oferecer à Coreia do Norte reuniões de trabalho para falar de assuntos comuns, mas não quis manter encontros de alto nível.

O lançamento foi recebido com surpresa pela Rússia, enquanto fontes diplomáticas o consideraram "inoportuno, sobretudo quando se tenta retomar as negociações a seis lados".
O teste norte-coreano ocorre um dia antes das negociações em Moscou da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em cuja agenda o problema do programa nuclear norte-coreano ocupa um lugar de destaque.

O lançamento dos cinco mísseis ocorre dias depois da cúpula trilateral entre os líderes da China, Japão e Coreia do Sul, na qual foi informada a Pyongyang a necessidade de que volte ao diálogo a seis para a desnuclearização da península coreana.

Em um encontro anterior, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, conseguiu uma declaração do líder norte-coreano, Kim Jong-il, na qual ele se comprometia a voltar ao diálogo multilateral (com Coreia do Sul, Japão, Rússia, China e EUA), com a condição de que primeiro acontecesse um encontro bilateral com os Estados Unidos.

Além disso, o Governo sul-coreano do conservador Lee Myung-bak, que assumiu a Presidência em fevereiro de 2008, tinha conseguido melhorar as relações com a Coreia do Norte, depois que as autoridades norte-coreanas facilitaram as operações nos projetos conjuntos de Kaesong e Kumgang.

Pyongyang enfrenta as sanções do Conselho de Segurança da ONU que proíbem o desenvolvimento de mísseis balísticos e armas nucleares, assim como o financiamento e o comércio de materiais que possam ser utilizados nestes processos.

Em setembro, a Coreia do Norte disse que continuará processando o plutônio que tem armazenado para armas nucleares e enriquecerá urânio com o mesmo objetivo, o que significaria mais um passo em seu programa nuclear.

Acredita-se que a Coreia do Norte tem plutônio suficiente para construir cerca de seis bombas nucleares, mas não dispõe ainda de capacidade para lançá-los com sua actual tecnologia balística.
Em 25 de maio, o regime comunista realizou seu segundo teste nuclear subterrâneo, o que motivou a condenação da comunidade internacional.(EPA)

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