11 de outubro de 2009

Exército ajudou a combater uma centena de incêndios

As Forças Armadas estão mais empenhadas na luta contra os incêndios. O DN visitou bases e centros de operações de Viseu e mediu o pulso às acções antifogos dos militares, acordadas com DG dos Recursos Florestais.

"Até 2006, os fogos no concelho de Oliveira de Frades tinham em média 10 hectares de área ardida, mas desde que o Exército começou a patrulhar as nossas matas a média passou a ser de três hectares". A afirmação é do responsável do Gabinete Florestal de Oliveira de Frades, um dos vinte onde militares do Exército patrulham em permanência as matas.
Desde 1975 que o Exército participa na prevenção e combate aos fogos florestais quer em acções de vigilância quer de combate. Só este ano os militares estiveram envolvidos em 103 ocorrências, muitas das quais durante vários dias como sucedeu no Sabugal. Se para o combate os militares saem dos regimentos na vigilância o Exército dispõe de 20 "bases" distribuídas pelo país onde uma guarnição de 6 homens está em permanência. Em Viseu há duas bases nos perímetros florestais do Crasto e de Oliveira de Frades.

Os militares desenvolvem o seu trabalho no âmbito do protocolo realizado entre o Exército e a Direcção Geral de Recursos Florestais. As duas equipas são constituídas por "6 homens que desenvolvem trabalhos de vigilância móvel, combate ao fogo em primeira intervenção e sensibilização junto das populações" conta Santos Pereira que comanda a base do Crasto onde os militares "ocuparam" uma antiga casa da Guarda Florestal. Aqui há um jipe, um autotanque e "muito patrulhamento".

Esta equipa "tem uma ligação rádio com a protecção civil e patrulha várias freguesias", esclarece o graduado. No terreno "sensibilizamos os visitantes da floresta, a população e alertamos para o perigo das queimadas". Um perigo que espreita "quase sempre depois de dias de chuva ou com céu nublado". 24 Horas por dia esta patrulha guarnece uma área florestal de 14 ha. Já em Oliveira de Frades os militares ocuparam o aeródromo da Pedra da Broa e "efectuam vários patrulhamentos ao longo do dia" conta o sargento Miguel Esteves. Aqui o Exército "está desde 2006 e os resultados mostram que, desde que chegaram, a diminuição dos fogos e da área ardida tem sido uma constante", conta Márcio Pereira, o responsável pelo gabinete florestal do concelho com quem os militares trabalham em permanência. Este ano estes militares receberam um kit "com mil litros de água, que nos possibilita uma primeira intervenção", esclarece o sargento. Nestas aldeias perdidas da serra a população "gosta dos militares e compreende o trabalho", assegura Esteves. Para esta "população idosa, a presença da tropa dás-lhes mais segurança". É que estes militares, à semelhança das outras bases, efectuam os patrulhamentos "de dia e de noite". Num concelho com "61% de solos florestais e onde esta industria é responsável por algumas centenas de postos de trabalho foi a melhor aposta que se fez", complementa Márcio Pereira.

Nas patrulhas, feitas nos 360 ha de floresta, os soldados vão "munidos de ferramentas e com uma viatura com um tanque de água. A viatura segue com o motorista enquanto os outros elementos seguem a pé e observam a área". Todos os militares "usam capacete, luvas e viseira" e garantem em permanecia acções de vigilância.

Mas não é só no patrulhamento que o Exército se envolve nos fogos. "Possuímos homens destacados, no âmbito de vários planos, para ajudar em operações de rescaldo". Estes homens "possuem um fardamento apropriado e são usados por solicitação da protecção civil, conta o porta-voz do Exército. O tenente-coronel Perdigão adianta que o Exército "assegura a representação das Forças Armadas em 17 dos 18 Centros de Coordenação Operacional Distrital, sendo esses elementos responsáveis pela ligação entre as forças militares presentes no terreno e os vários agentes de protecção civil". (D.N)

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