26 de outubro de 2009

Milhares assistiram à parada do dia do Exército

Ao meio-dia, 19 salvas de artilharia assinalaram o início da parada militar, cerimónia que representou o ponto alto das comemorações do Dia do Exército. Pelo topo sul da Avenida da Liberdade marcharam e desfilaram cerca de dois mil militares e mais de uma centena de viaturas e equipamentos/máquinas do Exército Português.Sem temer a chuva miudinha que caía sobre a cidade, milhares de pessoas aglomeraram-se nos passeios para assistir a um espectáculo raro por estes lados.

Ainda faltava uma hora para o início da cerimónia e já era praticamente impossível arranjar um local de boa visibilidade para assistir ao desfile.O próprio Chefe do Estado-Maior do Exército Português, general José Luís Pinto Ramalho, fez questão de agradecer, no seu discurso, ao presidente da Câmara Municipal de Braga e ao governador civil do distrito, pela forma como, ao longo desta semana, o Exército foi acolhido pelas instituições e população.

Os bracarenses souberam estar à altura da ocasião, como também o reconheceu o porta-voz do Exército, o tenente-coronel Silva Perdigão, que confidenciou aos jornalistas a sua satisfação por ver tantos civis a assistir à parada, apesar do tempo molhado.Certo é que, mal começou a cerimónia, a chuva deu tréguas, e ao longo de quase duas horas, os bracarenses tiveram oportunidade para ver desfilar e marchar 1200 militares apeados (da componente operacional, mas também das diversas instituições de ensino do Éxercito, nomeadamente Colégio Militar, Instituto de Odivelas e Pupilos do Exército).

A estes militares juntaram-se ainda aqueles que tripularam e desfilaram nas cerca de 120 viaturas que se mostraram à população. Referência ainda para as forças de elite do Exército, entre as quais os pára-quedistas e a Brigada de Intervenção Rápida, que encerraram a parada desfilando equipadas para combate e entoando cânticos “de guerra”.

Um dos momentos mais tocantes da cerimónia aconteceu quando os militares interpretaram, em uníssono, o hino nacional. Entre os convidados presentes, o destaque para o antigo Presidente da República, o general Ramalho Eanes, a figura mais aplaudida pelo público que assistiu à cerimónia.

O Chefe do Estado-Maior do Exército Português, general Pinto Ramalho, garantiu ontem, em Braga, que Portugal tem “um Exército apto a responder aquilo que são as exigências da conflitualidade actual”.Destacando que o Exército Português tem merecido as melhores referências nos teatros de operações onde opera, o general Pinto Ramalho considera que a mais-valia do nosso Exército está nos recursos humanos.

“O Exército português tem padrões elevados de qualidade. Não seremos propriamente novidade pelos equipamentos que levamos para os teatros de operações, mas pela qualidade dos nossos recursos humanos”, afirmou o Chefe de Estado-Maior do Exército, em declarações aos jornalistas, no final da parada militar.

Numa altura em que Exército depende de contratações e do voluntariado, o general Pinto Ramalho garante que o Exército não vai trocar a qualidade pela quantidade. “Há exigências importantes que devemos e queremos manter no exército”, vincou, referindo-se a valores e regras que pairam sobre o Exército.

Pinto Ramalho reconhece que o Exército tem procurado criar condições que o tornem cada vez mais atractivo aos jovens. É disso exemplo o esforço que tem sido realizado na adaptação da formação que ali é ministrada às necessidades da sociedade civil, para que os militares tenham integração facilitada na vida civil quando deixam as forças armadas.

Questionado sobre os alegados casos de praxes e maus-tratos no Colégio Militar, o general Pinto Ramalho deixou claro que “o comandante do Exército não compactua com este tipo de situações, nem a Direcção do Colégio Militar”. Sobre este assunto, acrescentou ainda que “o Colégio Militar não é uma prisão nem um tribunal e exerceu a sua acção disciplinar, quer se possa considerar muito ou pouco”.O general Pinto Ramalho ga-rantiu ainda aos jornalistas que tudo será feito para que “situações daquela natureza não se voltem a repetir”.(Correio do Minho)

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