A operação militar marítima, realizada em conjunto com as autoridades das Seycheles e da União Europeia, foi organizada em resposta a um pedido de socorro do pesqueiro espanhol, que foi atacado pelos piratas na manhã de dia 29, mas conseguiu escapar pelos próprios meios às embarcações dos piratas ao largo da Somália.
"Ontem de manhã cerca das 09:00 locais, uma embarcação de pesca espanhola foi atacada por um grupo de piratas que conseguiu por ela evadir e evitar o ataque despoletando assim o alarme", contou o comandante Santos Fernandes, que falava à Lusa por telefone a bordo da fragata portuguesa "Álvares Cabral, que comanda a operação "Ocean Shield" da NATO na região.
De acordo com o comandante Santos Fernandes, após o alerta do pesqueiro espanhol, a força internacional da NATO (SNMG1) rumou ao encontro da embarcação, com o apoio de dois aviões de patrulha marítima, ao serviço da União Europeia, e uma lancha de patrulha das ilhas Seycheles "Andrômaca".
"Assim que foi dado o alarme, de imediato a fragata foi destacada para a zona por ser um dos navios mais próximos do incidente e em colaboração com as duas aeronaves da União Europeia e da patrulha das Seycheles conseguiram levar a cabo uma operação para deter e aprisionar os piratas", salientou.
Os navios militares perseguiram o grupo de piratas, que utilizavam três embarcações, duas lanchas rápidas para abordarem os navios e um 'barco-mãe' que prestava apoio logístico, com gasolina, alimentos, armas, escadas, cordas e outros materiais.
O comandante Santos Fernandes explicou que com a "chegada de um grupo de fuzileiros navais, da marinha portuguesa junto de uma das embarcações, os piratas que tentavam a fuga lançaram ao mar as armas, as escadas que detinham para subir para os navios, de grandes dimensões, e cordas também usadas para a abordagem aos navios".
Dos 10 piratas que integravam o grupo, três foram aprisionados por uma patrulha das Seycheles, seis pela fragata portuguesa Álvares Cabral e um conseguiu escapar.
"A fragata portuguesa interceptou uma das embarcações de ataque tendo detido seis suspeitos piratas que mais tarde transferiu para as autoridades das Seycheles para serem julgados", disse.
A fragata portuguesa Álvares Cabral, que se encontra ao largo da Somália, já tinha impedido um ataque de piratas no dia 19 numa operação que resultou na identificação de cinco suspeitos.
A operação aconteceu quando a fragata estava a patrulhar a zona do Golfo de Aden, ao largo da Somália e recebeu um pedido de socorro de um cargueiro regional.
O navio, que se encontrava a 110 milhas náuticas a norte do porto de Boosaaso e a 50 milhas náuticas do local onde se encontrava a Álvares Cabral, relatou que estava a ser perseguido por uma lancha de piratas e pediu auxílio imediato às 08:44 hora local, segundo a mesma nota informativa.
A força internacional da Nato, que integra a operação naval de combate à pirataria Allied Protector, é composta pela fragata portuguesa Álvares Cabral, que comanda o grupo, dois navios da marinha de guerra Americana, um navio canadiano e outro italiano.
Sobre a captura de um navio-cargueiro grego, com 28 tripulantes a bordo, por piratas somalis ao largo da Somália, o comandante Santos Fernandes confirmou o incidente, mas escusou-se a dar mais pormenores.(DN)
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