21 de junho de 2010

Manutenção Militar e Oficinas à beira do encerramento

Cerca de 1400 trabalhadores da Manutenção Militar e das Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento do Exército vivem num sobressalto permanente, por falta de decisão governamental quanto ao futuro. As duas empresas, ameaçadas de extinção, estão atoladas em dívidas.

O Ministério da Defesa já por várias vezes anunciou a decisão de reestruturar as duas empresas, um processo iniciado ainda em 2007, mas até agora nada foi decidido, não obstante as medidas restritivas nas finanças públicas, justificadas pela crise económica. As dívidas acumuladas pela Manutenção Militar (MM) e pelas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento (OGFE) ultrapassam os 75 milhões de euros, sendo mais de metade da responsabilidade da primeira, faltando saber, em caso de extinção, quem vai assumir a dívida.

Um relatório do Ministério das Finanças de Outubro do ano passado, relativo à lista de entidades públicas que mais tempo tardavam a pagar, tinha à cabeça a Manutenção Militar, que levava bem mais de um ano - 420 dias - para regularizar dívidas. A tendência era para o agravamento, uma vez que em 2009 o prazo de pagamento tinha aumentado 300 dias, face a igual período de 2008.

Confrontado pelo JN com a situação das duas empresas, fonte do Ministério da Defesa adiantou que "se continua a trabalhar para a extinção da Manutenção Militar e das Oficinas Gerais de Fardamento do Exército". Não adiantou, porém, datas, nem se pronunciou sobre o destino dos 1400 trabalhadores envolvidos.

A única alteração operada data de 2009. Severiano Teixeira, então ministro da Defesa, decidiu integrar a MM e as OGFE no Comando da Logística do Exército. Assim, o problema deixou de ser do Ministério para passar a ser do Exército, segundo adiantaram fontes militares. Isto após a nomeação de um grupo de trabalho, anunciado em 2008, para estudar o futuro das duas empresas.

Para o Sindicato dos Trabalhadores Civis dos Estabelecimentos Fabris das Forças Armadas, o problema da reestruturação não se cinge à MM e às OGFE, podendo estender-se também ao Laboratório Militar e às Oficinas Gerais de Material de Engenharia (OGME), como salientou ao JN, Celeste Soeiro, dirigente daquela estrutura sindical. “Tal como não se reestruturou nem se investiu, ao longo dos anos, na MM e nas OGFE, o mesmo tem vindo a acontecer com o laboratório e com as OGME. Não sabemos que futuro espera os trabalhadores também destas empresas”, destacou a sindicalista.

Feitas as contas, o número de pessoas em causa poderá rondar assim as 1800, quando “ainda nem o Exército nem o Ministério da Defesa reconheceram sequer o estatuto da Função Pública a estes trabalhadores”, acrescenta Celeste Soeiro.

A indefinição tem gerado conflitos em torno do pagamento de horas extraordinárias e da preservação de outros direitos, que na maioria dos casos chegam à Justiça. “Neste momento, temos 60 processos contra a tutela, a maioria deles com uma década, mas os tribunais têm-nos dado razão”, aponta a sindicalista.(JN)

E assim continua a destruição de toda nossa Indústria Militar Portuguesa.

2 comentários:

  1. acho incorrecto,cinicos em varios pontos de vista,comparar,igualar por exemplo a ogfe com algumas outras instituiçoes que quase n produzem nada...uma empresa que ainda produz ,com os seus 300 trabalhores, no qual trabalham varias familias,que já trabalham nesta instituição há varios anos,ma maioria pessoas entre os 30 e os 50 anos...quem pensam neles???? o egoismo é tão grande ou tão pequeno ,como estão bem....vamos pensar nos outros para quê!!!!!..é o mal dos nossos politicos e militares...com o seu posto sempre assegurado..saiem de uma instituição vão logo para outra ...caso contrario n iriam tomar um decisão dessas visto que seria tambem para eles.venho por este meio mostrar a minha indignação mostrando como este país está podre ...n o país em sim ..mas quem governa...a mudança depende de todos..... para um país sem corrupção a este alto nivel....a verdade está dentro de nôs....n deixem estes aldraboes ,continuarem no poder....quem sofre somos todos nôs.

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  2. mais uma vez está provado que este país é governado por corruptos,nôs pagamos tudo para eles,e a maneira como nos compensam é deixando o país na miséria,os ricos tem sempre beneces,cada vez mais ricos explorando retirando a quem mais precisa,onde anda a justiça no meio disto tudo,as pessoas deixaram de acreditar....so se vê exploração....uns ganham tudo e outros n ganham nada....é justo??????claro que não...fala-se da republica ..onde está essa filosofia....antigamente olhava-se pelos interesses uns dios outros..e tudo num todo,já a muito tempo....cada um olha para o seu umbigo...é vergonhoso.por isso portugal está onde está.

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