28 de julho de 2010

OGMA vai modernizar os 'P-3' da Força Aérea

A OGMA vai assumir a responsabilidade pela modernização de três dos cinco aviões P-3C Orion da Força Aérea, após acordo com o fabricante Lockheed Martin (EUA), segundo um despacho publicado em Diário da República.

O contrato de modernização destes aviões de patrulhamento marítimo foi assinado em 2007 e previa que os trabalhos se realizassem nos EUA, o que ocorre com duas das aeronaves. O aditamento publicado segunda-feira no jornal oficial transfere para a fábrica da OGMA, em Alverca, a responsabilidade pela modernização dos restantes três P-3C Orion.

Este acordo da OGMA com a Lockheed Martin representa um novo negócio entre as duas empresas em matéria de aviões militares para a Força Aérea, depois do celebrado para a modernização dos caças F16, embora o ramo militar seja responsável - através das oficinas na base aérea de Monte Real - por parte importante desses trabalhos.

A OGMA, que ocupa um lugar central no cluster aeronáutico que Portugal quer desenvolver, é detida em parte pelo construtor brasileiro Embraer - que anunciou no fim-de-semana, no salão aeronáutico de Farnborough (Reino Unido), ter assinado o fornecimento de 28 aviões de transporte militar KC-390 à Força Aérea do Brasil.

Esse novo aparelho é visto pela Embraer como o sucessor dos aviões militares C-130 (de fabrico americano), face aos muitos problemas com o sucessor C-130J e aos atrasos na produção do europeu A400M. Recorde-se que muitos Hércules C-130 vão atingir o limite de vida útil esta década.

Portugal surge como um dos principais candidatos a participar na construção do KC-390, através das duas fábricas que a Embraer começa a construir em Évora a partir de Novembro. Em princípio, o acordo formal da entrada de Portugal nesse processo industrial deverá ser assinado em Lisboa, em Setembro, quando o ministro da Defesa brasileiro visitar Portugal.

Segundo disse o presidente da Embraer Europa, em Farnborough, as obras em Évora ficam concluídas no final de 2011 e a produção começa a partir de 2012. "A produção das fábricas estará em full power em 2013", precisou Luiz Fuchs, sobre um projecto de 150 milhões de euros e que criará 600 postos de trabalho altamente qualificados. "A Embraer está a cada ano mais envolvida com Portugal", frisou Fuchs.

O presidente da Câmara de Évora, José Ernesto Oliveira, congratulou-se com o início da construção das fábricas, pois são investimentos-âncora que podem atrair novos projectos aeronáuticos para o concelho.(Lusa)

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