28 de agosto de 2010

Participação portuguesa na Costa da Somália é "digna da história de Portugal"

O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) manifestou hoje "grande orgulho" na participação portuguesa na operação da União Europeia de combate à pirataria na Costa da Somália, considerando-a digna da história de Portugal.

"Não temos a imodéstia de dizer que fizemos o que fez Afonso de Albuquerque no Índico nos séculos XVI e XVII, mas, pelo menos, fomos dignos da história de Portugal naquelas paragens", afirmou o general Luís Araújo.

O CEMFA falava na Base Aérea nº 11, de Beja, durante uma visita a militares do destacamento da Força Aérea Portuguesa que participou, nos últimos quatro meses, na "Operação Atalanta" da União Europeia, de combate à pirataria no golfo de Áden e na Costa da Somália.

A partir do Aeroporto Nacional de Victoria, na Ilha de Mahé, na República das Seychelles, e da Base Aérea 188 no Djibouti, o destacamento, a bordo de um avião P-3P ORION, efetuou, como missão primária, o patrulhamento marítimo daquela zona, num total de 40 missões e 320 horas de voo.

"Não somos portugueses ilustres por enquanto, mas havemos de ser daqui por uns anos quando se lembrarem que também lá andamos", disse o CEMFA à Agência Lusa, lembrando feitos de "portugueses ilustres" no Oceano Índico, como Afonso de Albuquerque e Vasco da Gama.

"Os nossos antepassados descobriram novos mundos ao mundo. Naturalmente que agora não andamos a descobrir novos mundos ao mundo, mas andamos a contribuir para que haja mais paz no mundo", sublinhou.

Em declarações à Lusa no final da visita, o general Luís Araújo fez um balanço "claramente positivo" da missão portuguesa na "Operação Atalanta", considerando-a ainda "motivo de orgulho e também de reconhecimento e de agradecimento".

"Participámos de uma forma muito activa no combate à pirataria na costa da África Oriental, no Oceano Índico" e "contribuímos de uma forma que eu entendo que é significativa e que prestigiou Portugal e a Força Aérea na comunidade internacional", sublinhou.

"Mais uma vez demonstrámos que somos capazes de fazer bem, com dedicação, profissionalismo, competência, elevado sentido de missão, segurança, mas sempre com uma elevada honra e dignidade", frisou o general, saudando "com orgulho" os militares que "contribuíram para o êxito da missão".

"A nossa (da Força Aérea) cultura institucional, por vossa culpa, ficou mais rica. Prestigiaram o país, a Força Aérea e a vós próprios", disse o CEMFA. (Sic)

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