22 de setembro de 2010

Força portuguesa no Afeganistão inclui informações militares

O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, diz que a reconfiguração da força militar portuguesa no Afeganistão foi concretizada a pedido da ISAF.

O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, disse ontem que a equipa de formadores portugueses que vão substituir a força de intervenção rápida no Afeganistão "vai ter o apoio de informações militares e dispõe dessa valência que é importante e possível de satisfacer". "As informações militares são um serviço de operações militares absolutamente normal", esclareceu o governante após a reunião da Comissão de Defesa Nacional no Parlamento em que também estiveram os chefes militares liderados por Valença Pinto, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.

"Ficaremos com mais esta valência [das informações militares no Afeganistão] e estamos a falar de um serviço que permite que a força portuguesa não fique dependente de terceiros", disse Santos Silva. O ministro da Defesa justificou desta forma o envio de um sistema de informações nacional para aquele cenário de guerra, na sequência das declarações que ele próprio proferira no mês passado, publicadas pelo diário i, e que originaram polémica em torno do envio de espiões com as tropas portuguesas para o Líbano e Afeganistão.

"Não há uma descontinuidade da força portuguesa, uma vez que haverá uma substituição por equipas de formadores e será restruturado um módulo de apoio", disse. "Na comissão de Defesa e na companhia do CEMGFA tratou-se de dar sequência à proposta do Governo de reconfigurar a força militar portuguesa no Afeganistão a pedido da ISAF (Força Internacional de Assistência para a Segurança no Afeganistão). Queremos dar prioridade à formação e ao treino do exército afegão", acrescentou Santos Silva.

"A força nacional terá mais 40 militares formadores e em contrapartida não serão substituídos os restantes militares. Teremos um contingente menor com umas poucas dezenas de militares a menos, o que corresponde aos pedidos feitos, porque a prioridade é o treino e a formação. Mas também a capacitação do exército afegão para tão breve quanto possível aplicar a estratégia de transição que tem orientado a ISAF. E esperemos que a Cimeira da Nato [em Lisboa] tenha este aspecto como relevante", disse ainda. Santos Silva confirmou que esta equipa de militares portugueses que vão dar formação no Afeganistão ficará instalada em Cabul, na capital afegã.

"Portugal assumiu o posto de segundo comandante da KFOR no início deste mês e ver se há a possibilidade de fazer a transição para a chamada fase 2. Se esta transição se fizer, no Inverno haverá uma reconfiguração, mas estamos em fase de estudos militares e não há ainda uma decisão política", disse Santos Silva.

Redução na despesa

Sobre as linhas Gerais para o Orçamento de Estado para 2011, o ministro da Defesa afirmou ainda que "cabe ao senhor primeiro-ministro a responsabilidade de o apresentar". "Quanto a uma antecipação, temos até dia 15 de Outubro para apresentar uma proposta na Assembleia da República". No que respeita às contas da Defesa "basta olhar para perceber que vai haver uma redução da despesa, mas trabalhamos na base de manter a eficácia". A finalizar sobre os blindados Pandur, o ministro da Defesa apenas declarou: "Não foi tratado nesta comissão qualquer outro tema além da proposta de reconfiguração da força portuguesa no Afeganistão, porque era preciso este debate para o Governo poder publicar a portaria".(DE)

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