24 de setembro de 2010

Ministro da Defesa lidera negociações de fabrico do avião KC-390

Esta é uma decisão de uma resolução ontem aprovada em Conselho de Ministros, que confirma o interesse de Portugal em participar no projecto. Augusto Santos Silva tem sido o membro do Governo que dá a cara nos contactos com o lado brasileiro, mas a resolução de ontem veio confirmar que a participação portuguesa neste projecto vai ser gerida pela Defesa e pelos militares. Até porque o ministro admite a compra dos futuros KC-390 para substituir os actuais aviões de carga utilizados pela Força Aérea Portuguesa, os Hércules C-130.

A nova aeronave brasileira é um avião de transporte militar que está a ser desenvolvido pelo grupo aeronáutico Embraer, num projecto apoiado pelo Governo Lula, e para o qual a Força Aérea Brasileira já encomendou 28 aviões. O KC-390 só deve entrar em operações em 2018, mas Santos Silva já afirmou que uma das intenções do Governo português é preparar "atempadamente" a substituição dos Hércules C-130 utilizados pelos militares portugueses.

"O KC-390 é, do ponto de vista técnico e operacional, uma aeronave que satisfaz os requisitos necessários para o transporte estratégico militar", indicou o ministro no início de Setembro, quando assinou uma declaração de intenções sobre a eventual participação de Portugal no projecto. Santos Silva lembrou também nessa altura que os seis C-130 portugueses vão ser modernizados no próximo ano e deverão ter mais cerca de cinco anos de vida operacional.

Do lado das empresas, a lista de participantes no projecto terá de estar concluída durante os próximos dois meses, mas já está definido que vão estar ligadas às áreas de fabrico de fuselagem e de tecnologias de informação e de software. O calendário em cima da mesa prevê que o primeiro protótipo esteja pronto em 2014 ou 2015.

Por outro lado, as negociações entre Portugal e o Brasil vão ser também acompanhadas por uma comissão interministerial com membros dos ministérios da Economia, da Ciência, das Obras Públicas e também das Finanças.

Várias empresas portuguesas têm pedido apoios do Estado para participarem neste novo projecto, como foi o caso da Ogma, com sede em Alverca, que actualmente é o principal fabricante aeronáutico em Portugal. Outra empresa que pode entrar no projecto é a própria Embraer, através das suas duas novas fábricas em Évora. (Público)

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