12 de julho de 2011

Inauguração da estátua do Fuzileiro/Dia do Fuzileiro

As cerimónias da inauguração da estátua do Fuzileiro, na cidade do Barreiro, e do Dia do Fuzileiro, na Escola de Fuzileiros, do passado dia 2 de Julho, decorreram com a solenidade e dignidade que se impunha.

A presença de Sua Excelência o Presidente da República, Professor Doutor Anibal Cavaco Silva e a vontade manifestada pela Câmara Municipal, através do seu presidente, Carlos Humberto Palácios Pinheiro de Carvalho em se aliar aos 50 anos da Escola de Fuzileiros, numa eficaz sintonia com a Associação de Fuzileiros, conferiram ao evento um grande impacto no Concelho, materializado pela forte adesão da sua população a que se juntou um grupo significativo de veteranos de guerra.

Marcaram ainda presença o Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Braga Lino, o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Saldanha Lopes, o Presidente da Assembleia Municipal do Barreiro, Frederico Fernandes Pereira, o Comandante Naval, Vice-almirante José Montenegro, o Comandante do Corpo de Fuzileiros, Contra-almirante Picciochi e os presidentes das Juntas de Freguesias do Concelho, eleitos municipais e centenas de convidados civis e militares.

Esta iniciativa é também mais um sinal das profícuas e salutares relações institucionais e de colaboração mútua que têm sido mantidas ao longo dos tempos entre a Câmara Municipal do Barreiro e a Escola de Fuzileiros, unidade do Corpo de Fuzileiros sedeada no Concelho, de que são exemplos:

O apoio da Escola de Fuzileiros às várias campanhas arqueológicas realizadas no Campo Arqueológico da Mata da Machada;

A participação activa da Câmara Municipal do Barreiro na primeira fase de alteração museológica realizada na Sala – Museu do Fuzileiro, e na produção de uma exposição sobre o Complexo Real de Vale de Zebro e a sua integração no Barreiro do séc. XV;
A integração da Sala – Museu do Fuzileiro no roteiro cultural do Concelho do Barreiro, acolhendo anualmente dezenas de visitas de grupos de alunos e de seniores, integradas nos “Passeios pelo Património”;

A parceria da Escola de Fuzileiros com o Centro de Educação ambiental da Mata da Machada, concretizada através da assinatura de um protocolo dedicado;
A realização de inúmeros eventos culturais, lúdicos, sociais e desportivos, quer da iniciativa da Escola de Fuzileiros, quer da Câmara Municipal do Barreiro os quais, ao longo dos últimos 50 anos, contribuíram, sobremaneira, para o estreitamento dos laços de amizade entre a população do Concelho do Barreiro e os militares da Escola de Fuzileiros de Vale de Zebro.

O Monumento ao Fuzileiro está edificado na Praça dos Fuzileiros (situada na Avenida da Escola de Fuzileiros Navais) assim denominada, por unanimidade, em deliberação da Reunião Ordinária Privada da Câmara Municipal do Barreiro datada de 1 de Junho de 2011.

Este “Monumento” pretende representar o mote dos Fuzileiros “... do mar p’rá terra, desembarcar, ao assalto, ...”. Vislumbra-se, em perspectiva, a silhueta de um navio de guerra que, pairando a distância adequada, faz a cobertura do desembarque materializando assim a ligação dos Fuzileiros à Marinha no cumprimento da sua missão.

O assalto anfíbio apresentado, voltado para o exterior da Cidade do Barreiro, simboliza as raízes e o carácter humanista que o Fuzileiro transporta consigo fruto do contacto com as suas gentes, em resultado da sua “casa mãe”, a Escola de Fuzileiros, estar sedeada neste Concelho desde 1961. Este facto é realçado pela forma espontânea como foi abraçada a oportunidade de o Grupo Coral dos Trabalhadores das Autarquias do Barreiro cantarem o Hino do Fuzileiro nesta oportunidade.

A obra foi concebida e executada pelo artista Tolentino Abegoaria, conhecido por “Tolentino de Lagos”. É autor de inúmeros trabalhos em espaços públicos de que se destaca o monumento ao pescador na sua terra natal, a cidade de Lagos.

A cerimónia teve início com as honras protocolores a Sua Excelência o Presidente da República prestadas por uma Guarda de Honra comandada pelo Capitão-de-fragata Fuzileiro Mariano Alves, Comandante do Batalhão de Fuzileiros n.º 2, e constituída por:

Banda da Armada, chefiada pelo Segundo-tenente Músico José Veloso;
Bloco de Estandartes Nacionais do Corpo de Fuzileiros ostentando as mais altas condecorações nacionais:
Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito;
Três Cruzes de Guerra de 1ª Classe;
Ordem Militar de Avis;
Duas Medalhas de Ouro de Serviços Distintos;
Três Ordens do Infante D. Henrique;
Ordem da Liberdade;
Medalha da Ordem de Tamandaré, do Brasil.
A circundar a Praça do Fuzileiro dispunha-se o Bloco de Guiões das antigas unidades de Fuzileiros, comandado pelo Sargento-mor Fuzileiro Francisco Pereira e que posteriormente integrou o desfile da Guarda de Honra e ainda os Guiões da Cidade do Barreiro, da Associação de Fuzileiros e das Delegações da Associação de Fuzileiros do Algarve, de Juromenha/Elvas e de Vila Nova de Gaia.
Bloco de Guiões do Corpo de Fuzileiros, comandado pelo Sargento-chefe Fuzileiro Ataíde Martins;
Batalhão de Fuzileiros nº2, a três companhias comandadas respectivamente:
CF21 pelo Primeiro-tenente Fuzileiro Macedo Alves;
CF22 pelo Primeiro-tenente Fuzileiro Rocha Rei;
CF23 pelo Primeiro-tenente Fuzileiro Drago Gonçalves.
A ladear o monumento encontrava-se postada uma secção protocolar com Fuzileiros da Companhia de Apoio de Fogos (CAF) envergando uniformes representativos do Terço da Armada Real (1621), Brigada Real de Marinha (finais do Século XVIII), Destacamentos de Fuzileiros (1961) e da actualidade.

Seguiu-se o descerramento da placa evocativa da inauguração do Monumento ao Fuzileiro, a benção do Monumento pelo Capelão do Corpo de Fuzileiros, Capitão-tenente Capelão Licínio Silva e o Hino do Fuzileiro cantado pelo Grupo Coral dos Trabalhadores das Autarquias do Barreiro. Sua Excelência o Presidente da República foi acompanhado neste acto pelo Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, pelo Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, pelo Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e pelo Presidente da Associação de Fuzileiros.

A cerimónia de homenagem aos Fuzileiros Mortos em Defesa da Pátria consistiu na deposição de uma coroa de flores, transportada por uma cidadã do Barreiro e um antigo Fuzileiro, junto ao Monumento ao Fuzileiro, por Sua Excelência o Presidente da República e, seguidamente, a Fanfarra da Armada executou sequencialmente os toques de silêncio e de homenagem aos mortos após o que se respeitou um momento de silêncio. O Capelão do Corpo de Fuzileiros proferiu uma invocação religiosa, concluindo-se esta cerimónia com o toque de alvorada.

Concluídos estes dois eventos que se vieram a revelar portadores de elevada emotividade, o Presidente da Associação de Fuzileiros, Capitão-de-mar-e-guerra Fuzileiro Lhano Preto usou da palavra para sublinhar a relevância, pela acção, dos Fuzileiros ao longo dos seus 390 anos, da actividade da Associação, designadamente no acompanhamento, com dedicação, dos problemas dos seus associados e que levou mais tarde Sua Excelência o Presidente da República a sublinhar no seu discurso, “...A união de esforços e as acções de apoio àqueles a quem a vida não corre de feição são fundamentais. Na vida, como no combate, o Fuzileiro não deixa ninguém para trás.” terminando a sua intervenção com um agradecimento a todos os que tornaram possível este marco histórico.

O presidente da Câmara Municipal do Barreiro referiu o imenso respeito e consideração que a cidade e as gentes do Barreiro sentiam ao participarem na iniciativa, sublinhando que “As Forças Armadas são um elemento central na defesa da soberania e da independência nacional.”. Encerrou a sua alocução manifestando a satisfação por estar ao lado dos representantes da estrutura superior da Marinha, da Associação de Fuzileiros e das mais altas entidades do Estado português a prestar homenagem aos mais de 22.000 Fuzileiros que passaram pela Escola de Fuzileiros.

Sua Excelência o Presidente da República na sua intervenção alusiva dirigiu “... uma palavra especial à cidade do Barreiro, pela forma como tem acolhido e acarinhado os seus Fuzileiros, traduzida num forte sentimento de mútua pertença, de que todos justamente se orgulham.”, saudou “... a conjugação de esforços entre a Associação de Fuzileiros e a Câmara Municipal do Barreiro, que permitiu a criação de um monumento que se perpectuará no tempo e que dá expressão ao reconhecimento do Fuzileiro como um pilar de coragem, de galhardia e de respeito pelos valores pátrios.” e exortou os Fuzileiros a manterem “... este vosso espírito de corpo, espalhem esta cultura de profissionalismo e de capacidade de bem-fazer. Sem bons exemplos, não há bons seguidores, e todo temos de participar no esforço de construir um Portugal mais forte e capaz, tanto nas grandes como nas pequenas realizações do nosso dia-a-dia [...] “só tem Pátria quem sabe lutar”, o que desencadeou outro momento emotivo com os veteranos de guerra a proferirem o grito do Fuzileiros no final do seu discurso.

Seguiu-se o desfile da Guarda de Honra, em continência a Sua Excelência o Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas.

O convívio do Dia do Fuzileiro, na Escola de Fuzileiros, foi melhorado graças à experiência dos anos anteriores, e já se constitui com uma referência, sobretudo pela oportunidade de convívio inter-geracional da família dos Fuzileiros.(Fuzileiros)

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