16 de novembro de 2011

Arranca o ano na Academia da Força Aérea

Assinalou-se ontem, numa sessão solene, na Base Aérea nº1 de Sintra, o arranque no ano lectivo 2011/2012 na Academia da Força Aérea, que tem também aí as suas instalações.

As aulas começaram no passado dia 3 de Novembro, mas só na tarde de ontem se assinalou a data de forma oficial, numa cerimónia que contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Paulo Braga Lino.

Também presentes estiveram o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o General José António de Magalhães Araújo Pinheiro, o Comandante da Academia, o Major-General José Manuel Pinheiro Serôdio Fernandes, o vice-chefe do Estado-Maior do Exército, o Tenente-General Fernando Paiva Monteiro, o Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, o Vice-Almirante João da Cruz de Carvalho Abreu, além de Fernando Seara, presidente da Câmara Municipal de Sintra, onde as instalações referidas, junto com o Museu do Ar, têm lugar.

A Academia dá tanto formação militar como técnica e científica, com uma oferta que passa por vários mestrados (desde pilotos aviadores a engenheiros de aeronáutica, passando até por medicina), além de cursos politécnicos, que formam especialistas, como técnicos de material aéreo, de comunicações ou navegadores. Entre os diferentes graus de formação, nesta altura a Academia da Força Aérea serve de casa a 316 alunos, tendo entrado 54 novos estudantes para os quadros de formação no início deste ano lectivo, correspondendo aos melhores candidatos, de entre as várias centenas que se tentaram inscrever este ano. As médias de admissão foram bastante elevadas, e os testes e análises levadas a cabo no processo de admissão foram exaustivos, para garantir que apenas os melhores, os mais aplicados e os mais aptos reforçam os prestigiados quadros da Academia.

Dos esforços dos últimos anos resultaram vários projectos de investigação, com o PITVANT, o Projecto de Investigação e Tecnologias em Veículos Aéreos Não Tripulados, desenvolvido em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Este veículo pode ter várias aplicações, desde militares a civis, como o apoio no combate a incêndios, sendo uma das bandeiras do trabalho desenvolvido no Centro de Investigação/Laboratório da Academia.

A cerimónia de ontem serviu ainda para entregar os espadins aos alunos que o ano passado terminaram os seus cursos, num gesto que simboliza a sua entrada nos quadros da Força Aérea. Oitenta e um novos oficiais foram agraciados com o símbolo que marca o final da sua formação, junto com os respectivos diplomas. Também doze prémios foram atribuídos aos estudantes, distinguindo o seu comportamento e aproveitamento exemplar, que o Comandante da Academia, o Major-General José Serôdio Fernandes a «felicitá-los calorosamente» e sob forte aplauso dos colegas.

A sessão solene, que começou com o hino da Força Aérea e terminou ao som do Hino Nacional, albergou ainda uma ‘aula’, ao cargo da Major Engenheira Electrotécnica Maria Nunes Bento, sobre os sistemas de posicionamento global, as suas origens, o seu estado actual e os rumos que devem e podem seguir no futuro.

Em conversa com A BOLA, o Major-General José Manuel Pinheiro Serôdio Fernandes, Comandante da Academia, que celebra hoje quatro anos à frente da instituição, deu conta do «orgulho» no trabalho dos seus alunos, que espera que se reflicta no resto das suas carreitas, e da satisfação pela forma como a cerimónia de ontem decorreu, tal como pelos elevados números de candidaturas.

«Infelizmente ficam todos os anos muitos candidatos de fora, mas atesta apenas ao prestígio da Academia, e interesse que desperta. Este ano o aluno admitido com nota mais baixa tinha 16 de média. Da mesma forma, o grau de financiamento externo que temos nesta altura, para os nossos projectos de investigação, reflectem o trabalho que aqui desenvolvemos, o que nos deixa muito orgulhosos», referiu.

O nome da Academia da Força Aérea já passou além-fronteiras, mais uma vez nota do prestígio atingido: «Vários militares franceses já cá estagiaram, e procuram-nos de forma regular, algo que mais uma vez serve de prova do trabalho que aqui levamos a cabo».

O responsável pela instituição realçou ainda o papel da Fundação Calouste Gulbenkian e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto como colaboradores, e escusou-se a falar sobre os recentes protestos e manifestações dos vários ramos militares, sobre as medidas de austeridade e formas escolhidas pelo Governo para combater a crise, «por este não ser o local nem a altura oportuna para tal». «De qualquer modo posso dizer que os cortes nos afectam a todos, e temos de nos adaptar a isso. O trabalho de investigação de que aqui falámos deve ser uma das apostas, e pode ser uma das soluções, em alturas como esta», terminou. (A bola)

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