30 de novembro de 2011

Portugal condena no Conselho Segurança da ONU ataque contra forças NATO

Portugal condenou hoje "nos mais fortes" termos, perante o Conselho de Segurança da ONU, os recentes ataques contra soldados da força da NATO no Kosovo (KFOR), incluindo 12 portugueses, e apelou à contenção de todas as partes.

"Portugal apela inequivocamente à contenção. É fundamental abrandar a actual situação, para prevenir uma escalada ainda mais perigosa de tensões, mais sangue derramado e uma deterioração da situação de dezenas de milhares de civis", disse o embaixador de Portugal junto da ONU, Moraes Cabral, numa reunião do Conselho de Segurança dedicada ao Kosovo.

O diplomata expressou a condenação dos ataques por Portugal "nos mais fortes termos", sublinhando que "todas as tentativas para lesar a liberdade de movimentos através do uso da força no norte do Kosovo são totalmente inaceitáveis e só podem piorar uma situação já tensa".

Vinte e cinco soldados da (KFOR) e cem civis sérvios ficaram na segunda-feira feridos em novos confrontos no Norte do Kosovo.

Os incidentes, considerados os mais graves no Norte do Kosovo nas recentes semanas, ocorreram depois de 22 militares, incluindo 12 portugueses, terem sido hospitalizados na quinta-feira, após confrontos com manifestantes sérvios.

A KFOR acusa os manifestantes de terem usado explosivos e `cocktails Molotov` e alega que recorreu a "todos os meios que se impunham" para controlar a situação.

Os incidentes começaram de manhã, após o desmantelamento pela força da NATO de uma barricada erguida pelos sérvios, situada perto da localidade de Zupce.

A força de manutenção de paz da NATO no Kosovo socorreu-se de gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os 400 a 500 manifestantes sérvios, segundo o testemunho de um repórter da AFP.

Em resposta, os sérvios montaram uma nova barricada perto da desmontada pela KFOR.

A tensão no Norte do Kosovo dura desde o verão, após o estabelecimento de duas passagens alfandegárias com a Sérvia, Brnjak e Jarinje, dependentes de Pristina (Kosovo).

Na sua intervenção no Conselho de Segurança, Moraes Cabral apelou ao "diálogo político" para ultrapassar as actuais tensões e considerou um desenvolvimento positivo o recente retomar do diálogo entre Belgrado e Pristina.

O aumento da tensão no Norte do Kosovo acontece em vésperas de uma reunião crucial, na quarta-feira, em Bruxelas, entre negociadores sérvios e kosovares sobre o estatuto das duas passagens litigiosas.

Belgrado, ao contrário de Pristina, não quer que as passagens sejam consideradas postos fronteiriços entre dois Estados, uma vez que a Sérvia não reconhece a independência do Kosovo.

Na reunião de hoje participaram o representante da ONU para o Kosovo, Farid Zarif, e os ministros dos Negócios Estrangeiros do Kosovo e da Sérvia.

Rosemary diCarlo, "n.º 2" dos Estados Unidos na ONU, atribuiu os recentes ataques contra forças internacionais a "alguns extremistas" e afirmou que Washington está "optimista de que a Sérvia e o Kosovo podem eventualmente resolver as suas divergências". (RTP)

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