Cerimónia curta, mas carregada de simbolismo. Já passaram muitos anos, desde a entrada das primeiras enfermeiras páraquedistas na Força Aérea. O primeiro curso teve início a 6 de Junho de 1961, na Base Aérea n.º3, em Tancos. Das onze candidatas, cinco reprovaram naquela que era a prova mais temida: o salto de uma torre de 16 metros. Sobraram seis, que foram chamadas de ‘Seis Marias’.
Foram precisamente essas seis ex-militares, à excepção de Maria Zulmira Pereira André e a Maria da Nazaré Morais Rosa, que já faleceram, que mereceram uma cerimónia de homenagem, presidida pelo chefe de Estado-Maior da Força Aérea, José Pinheiro, esta manhã, em Monsanto, pelas várias provas de coragem e determinação ao longo da sua vida militar.
Uma das funções das enfermeiras páraquedistas era assistir feridos nos locais de combate, muitas vezes debaixo de fogo. Efectuavam centenas de evacuações aéreas, quer entre as províncias ultramarinas e a Metrópole, quer dentro do próprio território africano em várias missões nas ex-colónias. As evacuações aéreas eram feitas em aviões militares DC4 e DC6 e excepcionalmente eram utilizados nestas missões aviões de passageiros da TAP (Transportadora Aérea Portuguesa). Para além de acompanharem os feridos de guerra, doentes, familiares e crianças, serviam também de médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais no apoio às populações.
Muitas foram as missões operadas por estas militares. Refira-se que de 1961 a 1974 incorporaram na Força Aérea 47 Enfermeiras páraquedistas e foram perfeitos nove cursos. Num encontro de emoções fortes, no qual se reviveram muitas memórias, muitas destas ex-militares marcaram presença nesta cerimónia que também foi marcada pelo emocionado discurso do Major General Almerenga, que, nessa altura, comandou as operações das enfermeiras em muitas missões.
As ‘enfermeiras do ar’, 50 anos depois, voltaram a reunir-se num encontro onde lhe foram reconhecidos méritos pelo excelente trabalho desenvolvido no passado.(A Bola)
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