1 de janeiro de 2012

Braço-de-ferro no Governo sobre helicópteros

Os estudos estão feitos, as possíveis poupanças de recursos e prazos para implementação estão definidos. Mas tarda a decisão sobre a transferência para a Força Aérea da responsabilidade do transporte médico e combate aos fogos florestais com os helicópteros Puma.

Há meses que, após a entrega do estudo da Força Aérea Portuguesa (FAP) que admitia até executar o plano a tempo da época de fogos de 2012, os ministérios da Defesa, Administração Interna e Saúde discutem a aplicação do plano. Mas ainda sem fumo branco.

Ao que o PÚBLICO apurou, por trás do atraso está a relutância do MAI em abdicar da permanência dos meios aéreos sob a sua tutela. O ministério da Saúde já deu o seu aval ao plano, embora com a ressalva de que só o considera exequível no caso de ser levado a cabo pelos três ministérios. A próxima semana deverá assistir a mais uma reunião entre técnicos dos ministérios da Defesa e MAI.

Do lado do Governo impera a prudência. O Ministério da Defesa, através do gabinete do ministro José Pedro Aguiar-Branco, apenas confirma a reunião entre os técnicos. O MAI prefere não comentar. Ninguém adianta uma data para o acordo.

A demora na tomada de decisão está a gerar preocupação. Ainda esta semana, Paulo Macedo, ministro da Saúde, comentou o assunto para classificar como "benéfico para o país" que a partilha avançasse. Actualmente a Saúde gasta cerca de 10 milhões de euros na locação de helicópteros a uma empresa espanhola.

Mas já se começam a ouvir sinais de alerta na FAP sobre a aplicação do plano para 2012. Há quem considere que já não se vai a tempo de tornar operacionais os Puma para o Verão de 2012 devido ao atraso.

O plano apresentado ao Governo pela Força Aérea propunha a reconversão dos helicópteros Puma - já desactivados do serviço da FAP - para missões de transporte médico e combate aos fogos florestais. Numa primeira fase, a FAP prontificou-se a pôr no ar três Puma, a que se poderiam acrescentar outros dois nos anos seguintes. Defendia ainda a venda dos helicópteros Kamov - que faziam parte dos activos da entretanto extinta Empresa de Meios Aéreos - por serem de manutenção cara e permitir assim meios financeiros para financiar a remodelação dos Puma. E sustentavam ainda a possibilidade da utilização dos Ecureil - também da EMA - para outras missões no âmbito da FAP.

Mas há quem tenha sérias reticências em relação ao papel que se pode dar à Força Aérea. O emprego de forças militares está balizado na Constituição para garantir a "liberdade e a segurança das populações contra qualquer agressão ou ameaça externas".

Mas a Lei Fundamental admite o recurso às Forças Armadas "em missões de protecção civil, em tarefas relacionadas com a satisfação de necessidades básicas e a melhoria da qualidade de vida das populações"

A tutela destes equipamentos é apenas mais um episódio de uma disputa que já vem de trás. E que teve, em Novembro, mais um momento a propósito da patrulha da costa. A Marinha havia apresentado um estudo que propunha a transferência da Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da GNR para a dependência da Marinha e consequente fusão com a Polícia Marítima. Mas no mês passado acabou por ficar decidido que a UCC se mantinha na GNR e, portanto, no MAI. (Público)

2 comentários:

  1. EMA opera os meios do INEM. FA opera os meios de combate aos incêndios.

    Pronto está resolvido.

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  2. So um completo retardado mental substitui Kamovs por Pumas!

    Estregam competencias a quem tecnicamente nao tem capacidade para as desempenhar depois da nisto!
    O combate a fogos florestais e a tarefa mais dura que se pode atribuir a uma aeronave!
    Os pumas para alem de tecnicamente serem inferiores aos Kamovs
    PUMA leva 1200 litros contrs 5000 do Kamov
    ja tem 35 anos! por amor de Deus!
    Vai ser velos parados a reparar e em manutenção ou a cair como moscas!
    Vamos todos rezar para que a epoca de incendios de 2012 seja srena!

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