24 de maio de 2012

Tridente começa amanhã a cruzar Atlântico Norte



O submarino Tridente vai atravessar, pela primeira vez o Atlântico Norte para participar num exercício de comemoração da guerra anglo-americana e certificar o seu sistema de armas de bordo, disse hoje à Lusa o porta-voz da Marinha.


«O submarino Tridente vai partir da base naval de Lisboa para uma missão que durará cerca de 3 meses com o objectivo de participar num exercício naval organizado pela Marinha dos Estados Unidos», afirmou o comandante Santos Fernandes.

O exercício, explicou, tem o nome de «War of 1812 – FleetEx» e está inserido nas comemorações do bicentenário da guerra de 1812 - guerra que opôs as tropas dos Estados Unidos às do império britânico.

«A participação inicia-se com um exercício aeronaval que vai decorrer na costa Leste dos Estados Unidos, ao largo de Nortfolk, entre 19 e 29 de Junho e que irá contar com mais de 20 navios e aeronaves de oito países convidados, entre os quais se incluem, além de Portugal e dos Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha, a Dinamarca, a Noruega, o Canadá e o Brasil», avançou.

A travessia, que começará na sexta-feira, servirá também para o Tridente certificar o seu sistema de armas de bordo.

Esta é a primeira vez, em 99 anos de existência de submarinos na Marinha portuguesa, que será feita a travessia do Atlântico Norte, já que «não é uma área normal de operação dos submarinos e da Marinha portuguesa» e «os submarinos das esquadrilhas anteriores tinham algumas limitações, nomeadamente ao nível do raio de acção e da autonomia em imersão».

Esta nova possibilidade permite á Marinha portuguesa ganhar uma capacidade de actuação ao nível submarino quase global, disse o responsável

«Só para dar uma noção, com os nossos submarinos conseguimos sair de Lisboa e ir até à África do Sul, permanecer na África do Sul numa área de operações durante alguns dias e regressar sem qualquer apoio».

Uma possibilidade que constitui, de acordo com Santos Fernandes, «uma mais-valia para as operações da NATO e para as operações nacionais».

O porta-voz da Marinha garantiu ainda que o exercício terá um impacto financeiro mínimo nas contas da Marinha.

«Primeiro porque a participação neste exercício foi algo que sempre este inscrito no orçamento da Marinha» e, depois, porque «apesar de ser um sistema de armas muito complexo, é dos navios mais baratos de operar da Marinha de Guerra portuguesa, não só pela tripulação reduzida que tem – 33 militares – como pelo consumo de combustível que é dos mais baixos que a Marinha tem», concluiu. Lusa/SOL

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