A presença de forças portuguesas em território afegão deve-se a uma decisão da Organização das Nações Unidas
O primeiro grupo de militares do sétimo contingente português integrado na Força Internacional de Apoio à Segurança no Afeganistão (ISAF) parte hoje para Cabul, indicou o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA).
A partida do primeiro grupo dos 128 militares, que viaja numa aeronave civil, está prevista para hoje à noite do Aeródromo de Trânsito Nº1 (Figo Maduro).
A rotação do contingente fica concluída com a partida do segundo grupo de militares, prevista para 12 de Novembro.
O sétimo contingente nacional, que terá a seu cargo missões de treino e formação, é comandado pelo coronel de cavalaria Vitor Manuel Meireles dos Santos – que entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 foi oficial de operações na força nacional destacada no Kosovo.
De regresso está um grupo de 199 militares ao serviço da ISAF desde 09 de maio, que asseguraram a protecção do Aeroporto Internacional de Cabul, KAIA.
O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, fez esta semana uma visita surpresa às tropas portuguesas estacionadas no Afeganistão, para "reconhecer e prestigiar" a missão dos militares naquele teatro de operações.
Aguiar-Branco visitou os militares portugueses no Afeganistão há dois anos, a 25 de Dezembro. Em 2012, por razões financeiras, o ministro decidiu não se deslocar ao Afeganistão, optando por comunicar com as tropas através de videoconferência.
Em Janeiro deste ano, o ministro da Defesa tinha já sinalizado a redução da presença militar portuguesa ao serviço da ISAF, não tendo dado indicações sobre o que sucederá depois de 2014.
"Dentro da calendarização estabelecida de forma gradual e coordenada, Portugal começará a reduzir o seu efectivo no Afeganistão a partir de Outubro, data em que está previsto deixarmos de participar na missão de apoio à segurança do aeroporto de Cabul, por via dessa redução deixaremos de ter um contingente de cerca de 230 militares para termos 158 militares", anunciou então o governante português.
O responsável pela pasta da Defesa Nacional disse ainda na altura que Portugal "acompanhará de perto" a evolução dos países da NATO em relação à missão no Afeganistão, "que poderá ter desenvolvimentos já na próxima reunião de ministros da Defesa", em Fevereiro.
"Será com base nesse acompanhamento e na análise conjunta que definiremos a nossa posição, neste momento ainda não temos nenhuma situação prevista para lá do financiamento na ordem de um milhão de euros [das forças afegãs]", disse, depois de questionado sobre o cenário após 2014, ano em que está prevista a transferência total da liderança das operações militares e de governação para o governo afegão.
A presença de forças portuguesas em território afegão deve-se a uma decisão da Organização das Nações Unidas (ONU), que deliberou, em Dezembro de 2001, a criação de uma Força Internacional de Apoio à Segurança, no âmbito do combate ao terrorismo, cujo comando a NATO assumiu.
Portugal iniciou a sua participação na ISAF em 2002. Nesse ano contribui com uma equipa sanitária, composta por elementos dos três ramos das Forças Armadas, durante 3 meses e com um destacamento de C-130 durante 4 meses. Desde então, passaram já por aquele teatro de operações 2130 militares portugueses dos três ramos das Forças Armadas, de acordo com o EMGFA. (I)
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