A secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional revelou que, se a via diplomática falhar, "está em marcha um conjunto de iniciativas" que visam salvaguardar o impacto da redução da presença dos EUA na Base das Lajes, nos Açores.
"Até ao fim há esperança. Se as nossas esperanças forem inviabilizadas já está em marcha um conjunto de iniciativas de mitigação dos impactos negativos da redução militar que o Governo dos EUA pretende promover na Base das Lajes", revelou esta sexta-feira Berta Cabral aos jornalistas, em Ponta Delgada, no âmbito das comemorações do dia da Zona Militar dos Açores.
O presidente da Câmara da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, exigiu na quinta-feira ao Governo da República que avance, de imediato e com as autoridades regionais, com um plano de revitalização para atenuar o impacto da saída dos militares americanos da Base das Lajes. Roberto Monteiro reuniu-se como ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete e argumentou que "será uma catástrofe económica e social [caso o plano de redução anunciado pelos americanos avance]". O processo decisório americano só deverá concluir-se no final do ano ou mesmo no início de 2014, com o voto do orçamento de Defesa no Senado.
Berta Cabral referiu que esta questão "preocupa o Governo da República, de forma particular o Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas também o Ministério da Defesa". "Tudo tem sido feito para tentar ultrapassar esta situação, para que esta se resolva ao nível de Washington. Temos que ter consciência que estas questões se tratam ao nível diplomático e através das decisões que se tomam neste momento no Senado [norte-americano]", frisou Berta Cabral.
A secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional deixou ainda claro que se pretende "no mínimo, adiar a situação", ou seja, a decisão da administração norte-americana de avançar com a redução do seu efectivo militar a partir de 2014.
Nos últimos meses foi reduzido o tempo de destacamento dos militares americanos na Base das Lajes, além de ter sido impedido que os mesmos levassem as respectivas famílias, como acontecia anteriormente, descreveu Roberto Monteiro. Cerca de 150 familiares de militares da Base das Lajes abandonaram a ilha da Terceira, deixando mais de 60 moradias arrendadas vazias.
Em relação ao arrendamento e serviços associados, regista-se um impacto negativo na ordem dos 200 mil euros por mês, prevendo-se ainda a extinção de mais de uma centena de empregos indirectos, casos, entre outros, de amas, jardineiros e empregadas de limpeza.
No final de 2012, a administração norte-americana anunciou a intenção de reduzir o efectivo nas Lajes ao mínimo, prevendo manter apenas 160 militares, sem famílias, o que levaria ao despedimento de cerca de três centenas de trabalhadores portugueses a partir de Outubro de 2014. O destacamento americano nos Açores incluía há cerca de um ano 580 militares e mais de 700 familiares. A partir de Outubro de 2014 a base vai ser alvo de uma redução do contingente norte-americano em mais de 400 militares e 500 familiares. (Público)
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