O Arsenal do Alfeite vai reparar, nos próximos meses, quatro navios da Marinha Real de Marrocos, estimando a administração que a empresa apresente resultados operacionais positivos este ano.
De acordo com fonte da administração do Arsenal do Alfeite (AA), o navio patrulha "El Lahiq" - o primeiro destes quatro -, chegou esta segunda-feira às docas da empresa, sendo o terceiro daquela Marinha ali reparado desde 2012.
"Nos próximos meses está confirmada a reparação de mais três navios. Com estas reparações o Arsenal do Alfeite S.A. terá resultados operacionais positivos em 2014", disse hoje à Lusa a mesma fonte.
Segundo o último relatório e contas daquela empresa, uma das que integram o sector da construção e reparação naval público, o AA registou resultados operacionais negativos, de 5,4 milhões de euros, em 2012.
Os montantes das reparações contratadas não foram revelados, mas o patrulha "El Lahiq", com cerca de 60 metros, é já o terceiro navio daquela Armada que dá entrada no Alfeite, nos últimos meses.
No final de 2012 foi ali reparado o navio de apoio logístico "Dahkla" e em Setembro passado seguiu-se a fragata "Hassan II". Este último, de 93 metros de comprimento, foi mesmo o primeiro navio combatente estrangeiro reparado por aqueles estaleiros.
Fonte do Ministério da Defesa Nacional, que através da Empresa Pública de Defesa (Empordef) tutela aqueles estaleiros públicos, sublinhou hoje que a Marinha de Marrocos tornou-se no "primeiro cliente internacional" do Alfeite.
"Isto decorre da estratégia deste Governo e da administração da Empordef na captação de outros clientes para o Arsenal do Alfeite, qua não a Marinha Portuguesa. Estas reparações resultam, de resto, das visitas de trabalho que o Ministro da Defesa e a administração da Empordef realizaram a Marrocos nos últimos dois anos", disse a mesma fonte.
A administração do AA tinha já admitido, em 2013, que com estas encomendas tenta arranjar "alternativas aos serviços de reparação naval e manutenção", para reduzir a dependência das encomendas da Marinha portuguesa, que têm vindo a diminuir nos últimos anos. (JN)
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