O ministro da Defesa admitiu hoje a necessidade de "modernizar as condições de treino" da Marinha, que opera com um simulador de táctica naval de tecnologia antiga e que já nem existe no mercado.
Durante uma visita ao Centro Integrado de Treino e Avaliação Naval [CITAN], no Arsenal do Alfeite, o director daquele centro, Croca Favinha, observou que o simulador de táctica naval [ASTT] utiliza uma "tecnologia muito antiga", notando que "quando se avaria" a reparação demora muito tempo.
"Não há peças no mercado", notou o responsável, que tinha antes destacado a importância do treino em terra para exercitar os processos de decisão táctica e para a padronização de procedimentos.
Fonte da Marinha adiantou à Lusa que a empresa fabricante do simulador (terminal informático onde é possível simular cenários de operações militares) foi à falência há vários anos e que a manutenção do aparelho é assegurada pelos técnicos militares.
Em 2013, o simulador esteve operacional "pouco mais de três dias" devido a "avarias sobre avarias", disse a mesma fonte.
Questionado pelos jornalistas no final da visita, Aguiar-Branco recusou que o sistema esteja "completamente obsoleto", admitindo como "óbvio" que "é necessário fazer-se a modernização das condições de treino e de simulação que são necessárias para a Marinha operar".
"Essas condições podem acontecer desde que nós consigamos equilibrar as nossas contas públicas. Para poder fazer a renovação do equipamento para poder ter mais horas de treino é necessário ter melhores condições financeiras e termos um rácio melhor do que se gasta com pessoal, investimento e manutenção", disse Aguiar-Branco.
Questionado sobre as necessidades de reequipamento da Marinha, Aguiar-Branco remeteu para a revisão da Lei de Programação Militar que acontecerá "ainda este ano" e que "acomodará as necessidades dos ramos".
Durante a visita, em que esteve acompanhado pelo chefe do Estado-Maior da Armada, Macieira Fragoso, Aguiar-Branco assistiu à apresentação de um `drone´, hoje entregue à Marinha no âmbito de uma parceria com a tecnológica portuguesa Tekever.
Após uma primeira tentativa falhada, devido a um "erro de lançamento" do fuzileiro, o `drone´ aguentou-se no ar e cumpriu o plano de voo previamente definido pelo centro de operações.
"Isto justifica que é sempre necessário investir muito no treino para que na hora certa as missões não falhem", afirmou Aguiar-Branco aos jornalistas, elogiando o projecto e antecipando que "vai ser altamente eficaz nas missões que a Marinha tem de cumprir".
Missões de busca e salvamento, fiscalização das pescas, apoio ao combate à poluição e à segurança marítima são algumas das aplicações do UAV [Veículo Aéreo Não Tripulado] hoje entregue à Marinha. (Jornal I)
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