O chefe do Estado-Maior da Marinha disse esta terça-feira que o ramo se limitou a dar pareceres técnicos sobre os submarinos francês e alemão a concurso nos anos 2000, os quais tinham "mérito equivalente".
A opção final do Governo resultou das negociações com os concorrentes, referiu o almirante Macieira Fragoso, que falava perante a comissão parlamentar de inquérito aos programas de aquisição de equipamentos para as Forças Armadas (submarinos, torpedos, helicópteros EH-101, aeronaves F-16, P-3 e C-295, viaturas blindadas Pandur).
Macieira Fragoso sublinhou que os modelos francês e alemão tinham "mérito técnico equivalente" e "a Marinha deixava a opção" de escolha "aos preços e contrapartidas" a negociar pelo Governo.
Note-se que o modelo francês Scorpene foi considerado tecnicamente superior ao modelo alemão a concurso, o U209 - substituído na fase final do concurso por uma versão superior (o U214), embora apresentada como se fosse a anterior.
Questionado pelo deputado Filipe Neto Brandão (PS) sobre se o ramo não tinha favorecido tecnicamente um dos modelos - Scorpene francês e U209 -, Macieira Fragoso acrescentou: "A única área onde efectivamente a Marinha dava vantagem ao submarino alemão era na questão do sistema de propulsão independente de ar, mais provado que o francês."
O almirante adiantou que o sistema francês "não estava provado e suscitava reservas" que, com base nas informações existentes, "se têm vindo a comprovar". Acresce que essa questão "foi também um fundamento do Governo", precisou Macieira Fragoso.
O almirante referiu depois que a Marinha não esteve envolvida no programa das contrapartidas. (D.N)
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