José Pedro Aguiar-Branco defendeu hoje uma maior "articulação com as companhias aéreas nacionais" com vista a evitar a saída de pilotos da Força Aérea Portuguesa (FAP).
"Articular o recrutamento com a TAP e com a SATA significa aumentar a capacidade de planeamento da Força Aérea Portuguesa. Significa melhorar a capacidade de projectar atempadamente a formação de novos pilotos, capazes de substituir aqueles que saem", afirmou o ministro da Defesa Nacional, durante a sua intervenção.
Para José Pedro Aguiar-Branco "nada explica que o processo de recrutamento das companhias aéreas continue a deixar a FAP numa situação crítica, quando é possível reforçar a coordenação entre todos os intervenientes".
O ministro da Defesa Nacional acrescentou ainda que o princípio também deve "ser aplicável às companhias aéreas privadas", e prometeu reforçar "o orçamento do ramo de modo a aumentar as horas de voo e a acelerar a formação de novos pilotos comandantes".
Salientando ainda que a responsabilidade de resolver o problema "é de todos", o titular da pasta da Defesa Nacional referiu que solicitou à FAP a indicação de "soluções permanentes que contribuam para a redução do êxodo de pilotos".
José Pedro Aguiar-Branco reconheceu que há muito que a FAP "deixou de ter capacidade para ser competitiva ou concorrer financeiramente com as ofertas salariais das companhias aéreas comerciais". Nos últimos anos saíram 275 pilotos da FAP - "uma média de 19 pilotos por ano", destacou.
O ministro da Defesa Nacional quantificou o investimento na formação de um piloto em "cerca de 260 mil euros", pelos cinco anos na Academia Militar e sem a qualificação para aeronaves específicas, mas recusou culpabilizar quem sai, quando "um copiloto da TAP ganha mais que o Chefe de Estado Maior da Força Aérea".
Apesar desta realidade, José Aguiar-Branco recusou que se trate apenas de um "problema salarial" e apontou que a permanência na FAP passa também por "uma questão de motivação e de valorização profissional".
Durante a cerimónia militar o ministro da Defesa Nacional destacou ainda o papel deste ramo na “eficaz vigilância das fronteiras”, nas “solidárias missões no âmbito dos nossos compromissos internacionais” e nas “heróicas missões de busca e salvamento” ou nas “dedicadas missões de evacuação médica”.
Apesar da FAP ter nascido “para a guerra”, cujo início de actividade remonta ao envio de pilotos para a Primeira Grande Guerra, Aguiar-Branco referiu que “cem anos depois, a sua missão está muito para lá disso”; “é mais polivalente, responde a muitos outros desafios, todos com o mesmo objectivo final: salvaguardar o nosso bem-estar enquanto nação, ou seja, no que ele tange o nosso território e o nosso povo”. (Defesa pt)
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