Regredimos uns bons séculos até ao tempo em que movimentos independentistas de Espanha elegem parte do território português para esgrimir os seus argumentos separatistas. A história de Portugal é, de facto inspiradora.
Os nossos vizinhos canários bem que poderiam partilhar as suas convicções, à boleia do referendo na Escócia ou querendo, eventualmente, tirar protagonismo à Catalunha ou ao País Basco.
Se pediram autorização às autoridades portuguesas para desembarcar no extremo sul do território português, é um sinal de reconhecimento à soberania vigente. Podiam até pregar um sermão às cagarras das ilhas Selvagens e depois ir embora. Não seria nada de novo por estes lados e o impacte ambiental seria certamente menor do que aqueles monólogos de 3 horas com que o presidente do Governo Regional da Madeira adormece as plateias nos saraus autonómicos.
A coisa muda de figura a partir do momento em que as motivações ambientais e a tal contestação à exploração de minério e de petróleo nos mares limítrofes se resume, afinal, à disputa de motivações expansionistas com... Espanha. Assim mesmo, passando ao lado da Histórica.
A Alternativa Nacionalista Canária aproveitou-se da importância histórica e patrimonial das ilhas Selvagens para encher o peito perante Castela. Essa é a análise politicamente correcta. Na verdade, elegeu as nossas ilhas porque é fácil, é barato e dá milhões.
Do lado de cá da fronteira, exigia-se uma resposta minimamente firme à provocação e à ameaça, seja militar ou à mesa dos Negócios Estrangeiros. Nada disso. Fez-se ao mar o velhinho navio-patrulha, cortando mar a 12 nós. E veio o ministro Aguiar-Branco resumir tudo a uma "lógica de contra-ordenação ambiental".
Quando temos esta imensa ZEE da Madeira a ser guardada pelo mais velhinho navio-patrulha da Armada Portuguesa, com uma prontidão de 18 horas e a 250 quilómetros de distância das ilhas Selvagens; quando nem temos um comandante-piloto para levantar o helicóptero militar estacionado no Porto Santo, mas, por outro lado, damos-nos ao luxo de enviar aviões F-16 e o P3-Orion para missões no Báltico, um submarino ao serviço da Aliança, as fragatas a combater a pirataria no Mar Vermelho e as corvetas à conta das relações bilaterais e a dar formação às forças armadas nos PALOP's, é caso para perguntar: onde está a 'nossa' Defesa Nacional? ( Artigo de Ricardo Duarte Freitas / D Noticias )
Sem comentários:
Enviar um comentário
Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.