12 de novembro de 2014

Chefe de Estado-Maior da Força Aérea alerta para riscos da redução de meios

O Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, José Araújo Pinheiro, alertou, hoje, na ilha Terceira, para os riscos que a redução de meios físicos e humanos acarreta para o cumprimento das missões.

"Perante a complexa situação que a Força Aérea vive ao nível dos seus pilotos, particularmente os mais qualificados, e a realidade orçamental nos últimos anos, as opções de resposta vão sendo mais limitadas, sendo já notória uma redução da capacidade de prontidão e um consequente aumento do risco operacional", frisou.

José Araújo Pinheiro discursava na cerimónia de rendição do Comandante da Base Aérea n.º4, nas Lajes, na ilha Terceira, Açores, onde Eduardo Faria foi substituído por Tito Mendonça.

Apesar das dificuldades, garantiu que a Força Aérea tem feito todos os esforços para manter um "clima de segurança e bem-estar nas pessoas" da Região Autónoma dos Açores.

"O conhecimento geral tem-nos levado a tomar medidas para adequar as horas de voo e aprontamento de tripulações ao máximo possível e financiável e a determinar como prioritárias as missões de soberania e de segurança humana, com ênfase no apoio às ilhas, ou seja, orientar o esforço para as missões críticas e de inquestionável relevância", salientou.

Destacando a "relação íntima" entre a Força Aérea a comunidade local na ilha Terceira, que não se verifica de forma igual noutras partes do país, José Araújo Pinheiro sublinhou que as missões de busca e salvamento e as evacuações sanitárias sempre foram consideradas prioritárias na base das Lajes, entre as "vastas" responsabilidades da Força Aérea.

"No que concerne à Base Aérea n.º 4, sempre foi dado relevo às missões de busca e salvamento e à evacuação sanitária, pelo que, apesar de todos os constrangimentos, se tem feito tudo para garantir a prontidão dos meios afectos a estas tarefas de socorro e assistência", frisou.

O Chefe de Estado-Maior da Força Aérea realçou ainda o "espírito de missão" dos militares e civis da base, "a quem de forma continuada tem sido pedido muito mais do que seria normal".

"A recorrente redução de recursos humanos e materiais tem obrigado a um grande empenho e enorme exigência individual e colectiva de todos os militares e civis", apontou, acrescentando que o "quadro difícil" se repete em cada órgão ou unidade da Força Aérea.

José Araújo Pinheiro salientou também o "exemplo único e marcante de cooperação e relacionamento" com os Estados Unidos da América, com quem a Força Aérea portuguesa partilha infraestruturas nas Lajes, há mais de 68 anos, "em perfeita sintonia, espírito de entreajuda e sã convivência na persecução de objectivos comuns de preservação da paz".

"No contexto internacional, importa referir que apesar das mudanças geo-estratégicas, as Lajes continuam a ser uma facilidade aeronáutica extremamente importante face à sua localização central no Atlântico, como ponto de apoio para aeronaves em trânsito e para operações militares", frisou.

Por sua vez, o novo comandante da Base Aérea n.º 4, Tito Mendonça, disse estar "consciente dos obstáculos e dos condicionamentos" que terá de enfrentar, mas confiante de que conseguirá cumprir o seu dever.

"Tenho consciência das dificuldades que nos esperam. Acredito no profissionalismo, talento, generosidade e dedicação de quantos servem esta unidade. Não regatearemos esforços e tudo faremos para responder de forma eficiente e rigorosa aos desafios que encontrarmos pela frente", salientou. (DN)

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