Novos coletes balísticos mais leves ou drones subaquáticos que já equipam a marinha russa são algumas das novidades tecnológicas que as empresas portuguesas apresentam no Salão Internacional de Tecnologias de Segurança Nacional, que arrancou nesta terça-feira em Madrid.
Reunidas no stand da idD - Plataforma das Indústrias de Defesa Nacionais, dez empresas portuguesas de pequena e média dimensão trouxeram o que de melhor se faz em Portugal em áreas como o têxtil, telecomunicações de defesa e segurança ou mesmo a robótica subaquática.
Um dos produtos é um novo tipo de colete balístico que "substitui as placas de cerâmica usadas nos coletes anti-bala tradicionais por malhas 3D revestidas", contou à agência Lusa Ana Barros, do CITEVE (Centro Tecnológico de Têxtil e Vestuário).
"A grande vantagem do novo colete é que tem muito menos peso", explicou a mesma responsável.
O projecto de âmbito europeu - liderado por um consórcio semelhante espanhol, mas com participação portuguesa - está a ser desenvolvido há um ano, e ainda não tem prazos para ser colocado no mercado.
Já em fase de conclusão está um novo fato com sistema de climatização frio e quente, este um projecto inteiramente nacional.
"É um sistema patenteado, com circulação de água que arrefece o corpo do soldado até aos 15 graus e aquece até aos 40. Estará finalizado em Abril" para ser disponibilizado a eventuais clientes, disse Ana Barros.
Também a nível europeu, com a Agência Europeia de Defesa, a CITEVE tem trabalhado no Aclitexsys, um outro projecto de refrigeração individual do soldado.
O CITEVE reúne várias empresas portuguesas e, nos projectos de defesa, colabora com as forças armadas nacionais.
Noutro ponto do stand, Alexandre Sousa apresenta um drone subaquático com o nome "Light Autonomous Underwater System".
Projeto da OceanScan, o drone está equipado como sensores e sonar e pode ser programado para fazer percursos subaquáticos de monitorização de solos, de espécies marinhas e, em contexto militar, operações anti-minas.
"Já equipamos a Marinha Russa, a Marinha Portuguesa e em Março vamos fechar novo contrato com a Marinha da Lituânia", contou Alexandre Sousa.
O drone funciona até 100 metros de profundidade, não implica ser controlado à distância e, no caso da Marinha Russa, desempenha funções de "Busca e Salvamento".
O produto é de duplo uso (militar e civil) e funciona com engenharia totalmente portuguesa, mas com componentes estrangeiros (computador de bordo, baterias ou sonar).
A empresa, acrescentou Alexandre Sousa, conta desenvolver um outro drone para profundidades maiores, até 500 metros.
Presente na inauguração do stand português, a secretária de Estado da Defesa, Berta Cabral, enalteceu o "potencial humano" das empresas portuguesas do sector, um factor que as diferencia da concorrência.
"São empresas com muito conhecimento e que por vezes dão saltos para a internacionalização através de participações com empresas de maior dimensão", disse a responsável, acrescentando que, por isso mesmo, "são muito apetecíveis".
Para Berta Cabral, "são vários os exemplos de start-ups e de empreendedorismo que depois se lançam no mercado internacional".
"Essa é a grande diferença: o capital humano, a formação. (...) A maior parte destas empresas nasceu de projectos de investigação ligados às forças armadas e às suas academias, que depois em parceria com universidades e com empresas se projectaram, transformando o "saber" em "saber fazer", realçou a secretária de Estado.
Na HOMSEC2015, que decorre até quinta-feira, estão 10 empresas: Anubis, CITEVE, Sciencentris, Fibrenamics, Latino Confecções, OceanScan, Penteadora, Glexys, Noras Performance e Lavoro.
A nível global a feira de Madrid, uma das maiores deste sector na Europa, reúne mais de 160 delegações e expositores, esperando mais de 10 mil visitantes. (Público)
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