14 de março de 2015

Portugal aguarda que EUA informem sobre utilização de infraestruturas das Lages

A secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional afirmou esta sexta-feira que o Estado português aguarda que os Estados Unidos da América informem sobre a utilização de infra-estruturas na sequência de redução militar na base das Lajes, na Terceira.

"Estamos neste momento à espera que os EUA nos digam que instalações é que precisam, que instalações vão disponibilizar, que redução efectiva vão fazer, mesmo de pessoal, porque nunca nos disseram e nem nos comunicaram os valores exactos desta redução", afirmou Berta Cabral, em Ponta Delgada, em declarações aos jornalistas.

A secretária de Estado falava à margem de uma sessão do ciclo de debates públicos "Ter Estado", promovido pelo Instituto da Defesa Nacional (IDN), que decorreu na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, sob o tema "O Estado tem educação".

O autarca da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, considerou na semana passada que o plano dos EUA de redução militar na base das Lajes, no que concerne à utilização de infra-estruturas, pode "hipotecar" o futuro económico do concelho, alertando para a possibilidade de a utilização das infra-estruturas da base estar a ser "acordada e coordenada" entre as estruturas militares de Portugal e dos EUA, num "plano de negociação paralelo", alegando que este assunto não foi abordado na reunião da Comissão Bilateral Permanente, em Fevereiro.

Segundo o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, o plano inicial dos norte-americanos, que alegadamente não estará a ser contestado pelo Estado português, prevê a redução de utilização de 349 edifícios, 62 quartos para alojamento e 452 unidades de habitação familiar", no entanto, "a Força Aérea norte-americana mantém "o controlo das principais infra-estruturas e serviços existentes", como o aeroporto, o porto e zonas de abastecimento e armazenamento de combustíveis.

"Isto não tem qualquer fundamento. Isso não é verdade", sublinhou Berta Cabral, quando questionada pelos jornalistas sobre o assunto. A secretária de Estado frisou ainda que "os militares portugueses conhecem melhor do que ninguém as instalações" e sabem exactamente aquilo que lhes interessa, o que não lhes interessa", salientando ainda que "há um conjunto de condicionalismos e de avaliações que têm de ser feitas" para depois ver qual o destino a dar às instalações.

"E logo que os americanos disponibilizem instalações, pois aquilo que a Força Aérea necessitar tem prioridade como é óbvio. Trata-se de uma base aérea portuguesa. Aquilo que não interessar, pois será demolido ou será dado um outro destino, tudo depende da sua localização, da sua real necessidade de utilização por outras entidades e até do seu estado de conservação", sustentou.

Berta Cabral disse ainda que desde a reunião da Comissão Bilateral Permanente, "ao nível do Ministério da Defesa Nacional, não houve mais contactos com os EUA e com os seus representantes", aguardando-se nova reunião e "os contactos que, entretanto, ficaram acordados que existiriam até lá". (Sábado)

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