A instalação do Centro Conjunto de Análise de Informações dos EUA pode ser a alternativa à redução de pessoal militar que os americanos querem operar na Base das Lajes. Mas é preciso que Obama aprove, escreve o Público.
As delegações de Portugal e dos Estados Unidos estiveram reunidas esta quarta-feira durante 12 horas para acertar a redução de pessoal na Base das Lajes, nos Açores. Os resultados foram positivos para as pretensões portuguesas: por um lado, foi suspensa a redução de efectivos norte-americanos até se encontrar uma solução alternativa; e por outro lado, os americanos comprometeram-se a manter as infraestruturas das Lajes que possam ser importantes para a instalação de um centro de espionagem.
A instalação do Centro Conjunto de Análise de Informações, na base das Lajes, foi proposta por um congressista luso-descendente, Devin Nunes, e foi ontem aprovada na Câmara dos Representantes americana, a câmara baixa do Congresso. É, contudo, necessário que essa proposta seja igualmente aprovada pelo Senado e finalmente ratificada pelo presidente Barack Obama.
O Centro Conjunto de Análise de Informações deveria ser construído no Reino Unido, por 281 milhões de euros, mas Devin Nunes recomenda que se considere a transferência para as Lajes, que poderia ser feita por custos muito baixos. A ideia subjacente à construção deste centro é poder reunir, num só local, todos os serviços de espionagem dos Estados Unidos, que, entre outras coisas, vigiam e monitorizam comunicações em larga escala, incluindo de líderes europeus, além de controlarem os ataques de "drones" (aeronaves não tripuladas).
Para Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, a instalação desse centro nas Lajes seria essencial para encarar o processo de negociação com os Estados Unidos como positivo. A possibilidade de instalação dos serviços de espionagem nas Lajes foi o tema central nas discussões entre um grupo de deputados portugueses e os seus homólogos americanos, num encontro que se realizou na semana passada.
Na reunião com os Estados Unidos ficou ainda assegurado que o número de trabalhadores portugueses que se vão manter na base passa de 387 para 405, que não vai haver despedimentos antes de Março de 2016 e que a Força Aérea americana vai continuar a assegurar as operações do aeroporto da ilha Terceira, garantindo apoio também à aviação civil, que usa a mesma pista que as aeronaves militares.(Económico)
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