O chefe do Estado-Maior da Força Aérea admitiu esta sexta-feira que estão a decorrer conversações entre várias entidades para optimizar a utilização civil da base das Lajes, na ilha Terceira, mas lembrou que a base é militar.
"A base é uma base aérea militar e portanto está sujeita aos requisitos e aos condicionalismos de ser uma base militar", salientou o general José Araújo Pinheiro, em declarações aos jornalistas, à margem das cerimónias do 74.º aniversário da Base Aérea n.º4.
O chefe do Estado-Maior da Força Aérea disse que "tem havido algum diálogo sobre a eventual expansão da utilização da base aérea das Lajes".
Segundo José Araújo Pinheiro, a Força Aérea vai falar com a Autoridade Nacional para Aviação Civil (ANAC), com o Ministério da Defesa e com o Governo Regional dos Açores para, "a nível técnico", encontrar soluções que, por um lado, respeitem o facto de a base ser militar e, por outro, vão ao encontro do interesse da Região Autónoma de "optimizar a utilização civil daquilo que é uma base militar".
O chefe do Estado-Maior da Força Aérea realçou, no entanto, que a operação civil na base das Lajes "tem corrido bem", alegando que está em causa apenas "identificar áreas de flexibilização, de autorizações e de expeditar".
"Nós, de uma maneira geral, temos respondido sempre às solicitações que nos são feitas, naturalmente com o apoio também das autoridades norte-americanas, porque há serviços na base que são garantidos pelas autoridades americanas", salientou.
Por sua vez, o comandante da Zona Aérea dos Açores, Manuel Teixeira Rolo, disse que o número de escalas técnicas nas Lajes "tem aumentando pontualmente", considerando que há perspectivas de "incrementar" esse número.
"É exactamente essa uma das razões que faz com que a Força Aérea esteja agora a iniciar esse processo de conversações, mandatado politicamente também para podermos encontrar soluções que acomodem essas necessidades de incremento de escalas técnicas e de operadores que futuramente queiram operar na Terceira", frisou.
Questionado sobre o reforço de tripulações para a Base Aérea n.º4, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea confirmou a intenção de dotar a infra-estrutura de mais meios humanos, mas realçou que o processo "não é rápido".
"Neste momento não temos o módulo de tripulações que gostaríamos de ter. Assim que podermos, reforçamos, mas a qualificação de pilotos é morosa, exige tempo, porque um piloto, para ser qualificado, precisa de fazer muitas horas de voo", salientou.
José Araújo Pinheiro não adiantou, no entanto, para quando será possível reforçar as tripulações destacadas nas Lajes.
"Fá-lo-emos com a brevidade possível, porque para nós também é importante ter aqui uma segunda tripulação de EH101 [helicóptero], mas não me posso adiantar, porque temos de qualificar pilotos que são mais novos, que têm de ganhar experiência, têm de voar muito para que possam executar com segurança", explicou.
Em Junho de 2014, um homem ferido numa tourada na ilha de São Jorge morreu sem ser transferido para um hospital por falta de tripulação para pilotar um dos helicópteros da Força Aérea. (Público)
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