Xi Jinping anunciou corte de 300 mil soldados no maior exército do mundo - 2,3 milhões de homens. Trinta líderes mundiais assistiram a desfile que celebrou 70 anos da derrota do Japão na II Guerra.
O presidente Xi Jinping até pode ter garantido que "a China está empenhada num desenvolvimento pacífico" e anunciado que o Exército de Libertação do Povo vai passar a ter menos 300 mil homens, mas para os milhares de chineses que ontem assistiram à parada militar em Pequim nos 70 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial não restavam dúvidas: "É altura de mostrarmos ao mundo que somos fortes." A confidência foi feita ao correspondente da BBC por uma mulher que assistia na Praça Tiananmen ao desfile de 12 mil soldados, 200 aviões, inúmeros tanques e mísseis.
Uma exibição de força para os mais de 30 líderes mundiais - entre eles o presidente russo, Vladimir Putin - presentes na capital chinesa. E uma distracção bem-vinda para Xi Jinping num momento em que a China tem sido notícia sobretudo pela queda acentuada da bolsa, pelo abrandamento da economia (mesmo assim as previsões para 2016 são de 6,7% de crescimento) ou pelas explosões num armazém de produtos químicos e que fizeram 160 mortos. Mas também para mostrar ao mundo que a China é uma super-potência militar - tem o maior exército do mundo, com 2,3 milhões de homens, e o segundo maior orçamento da defesa, o equivalente a 129 mil milhões de dólares em 2014, mesmo assim longe dos gastos dos EUA que no ano passado investiu 581 mil milhões de dólares.
Apesar do corte de 13% (até 2017) no Exército de Libertação do Povo, não se pense que a China ficará mais fraca. Até porque esta não é uma decisão inédita - já houve outras duas reduções de efectivos desde os anos 80. Segundo explicou à BBC Alexander Neill, do Instituto Internacional para os Estados Estratégicos em Singapura, apesar de ter menos "botas no terreno", Pequim aposta nas tecnologias de ponta para renovar a marinha e a força aérea, mostrando "determinação em ter uma força moderna". (DN)
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