30 de janeiro de 2020

Marinha perde único reabastecedor. Navio Bérrio vai ser já abatido !

(DN)O único navio reabastecedor da Marinha portuguesa, o NRP Bérrio, vai ser abatido. A informação foi transmitida esta terça-feira numa reunião de Comados na base Naval pelo próprio Chefe de Estado-maior da Armada (CEMA) Almirante Mendes Calado. O porta-voz oficial do seu gabinete confirmou ao DN a decisão em relação a um navio fundamental para a sustentação e apoio logístico de forças navais nacionais e internacionais.

Até ter uma alternativa, que "está a ser estudada", garante esta fonte autorizada, a Marinha fica com a sua capacidade de projecção drasticamente limitada, pois não será possível apoiar navios a longas distâncias no mar - por exemplo em casos de emergência civil, como o que aconteceu em Outubro na ilha das Flores.

Há um ano, a Marinha apostava tudo numa reparação profunda do Bérrio - adquirido à Inglaterra em 1993 já com 26 anos de navegação - que permitiria prolongar a sua 'vida' por mais 10 anos. Mas os cálculos estavam errados e agora a Lei de Programação Militar só prevê a aquisição de um novo reabastecedor em 2027.

"De facto, estava previsto que o NRP Bérrio iniciasse uma acção de manutenção profunda, para estender o seu já longo ciclo de vida por mais 10 anos, tendo em consideração que a Lei de Programação Militar apenas prevê o início do processo de aquisição de um novo navio reabastecedor em 2027", explica o porta-voz. "Porém, nos preparativos para elaboração da lista de fabricos, foi realizada uma inspecção profunda ao navio, indicando que a necessidade de intervenção no navio é muito superior ao inicialmente previsto, pelo que as necessidades de intervenção seriam muito mais extensas e onerosas", acrescenta.

A Marinha ponderou "a informação constante no relatório da inspecção, a estimativa da despesa na possível reparação e o ciclo de vida do navio (a atingir perto de 50 anos)" e chegou à conclusão que "a sua reparação não é viável, quer do ponto de vista operacional, quer do ponto de vista económico". Segundo ainda o porta-voz, "oportunamente, dar-se-á início ao processo de abate do navio ao efectivo dos navios de guerra da Marinha".

O NRP Bérrio foi construído nos estaleiros Swan Hunter em Wallsend-on-Tyne no Reino Unido e foi lançado à água a 11 de Novembro de 1969. Entrou ao serviço da Royal Fleet Auxiliary (RFA) em 15 de Julho de 1970. Foi adquirido e aumentado ao efectivo dos navios da Armada Portuguesa em 31 de Março de 1993, com o objectivo de substituir o NRP São Gabriel, tendo sido baptizado com o nome NRP Bérrio. Tem 86 tripulantes.

Herdou o nome de uma das caravelas da frota de Vasco da Gama quando este descobriu o caminho marítimo para a Índia. Chamou-se "Bérrio", por ter sido comprada a D. Manuel Bérrio, um piloto natural de Lagos muito considerado no reinado de D. Manuel.

Segundo a Marinha, trata-se de um "navio fundamental para a sustentação de uma Força Naval no mar garantindo apoio logístico a diversas Forças Navais nacionais ou aliadas. Por rotina, participa em exercícios nacionais e internacionais, sendo fundamental para o treino e aprontamento de outras unidades navais".

1 comentário:

  1. A substituição não será fácil e comporta alguns riscos. Entre a alternativas disponíveis, classe etna classe durance, classe endovoir são estas as classes da minha lista final, porque a classe wave tem a grande desvantagem de ter grande deslocamento aprox 30 000 T e de ser um meio caro, no caso do mais barato escolhia classe Endovoir, com 32 anos e sem convés de voo, que é uma desvantagem, no caso de haver verbas suficientes optaria pelo Durance ou Etna, este ultima por ter 22 anos e ter casco duplo, enquanto o da classe Durance é de casco simples e tem 30 anos, se opta-se pelo Somme da mesma classe.

    ResponderEliminar

Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.