30 de setembro de 2009

"Há bombeiros a ser tratados como pirómanos"

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, acusou hoje "alguns elementos da GNR" de "tratarem os bombeiros como pirómanos" ao se oporem a acções de contra fogo no combate a incêndios como se de fogo posto se tratasse.

Segundo disse à Lusa, a situação tem originado conflitos como o que aconteceu a 24 de Setembro num incêndio em Vimioso, Bragança, em que, enquanto as chamas lavravam, bombeiros e GNR discutiam a legitimidade do uso do fogo no combate.

Para Duarte Caldeira, a "situação é lamentável por envolver profissionais do mesmo ofício", ambos agentes da Protecção Civil e do dispositivo de combate a incêndios.
© 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

GNR identifica Bombeiros
O combate a um fogo que deflagrou, na passada quinta-feira, em Avinhó, concelho de Vimioso, “incendiou” as relações entre bombeiros e os militares do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR (GIPS).

Ao que foi possível apurar, o 2º comandante dos Bombeiros Voluntários de Vimioso e um chefe de grupo chegaram a ser identificados pelos militares do GIPS, uma situação que está a gerar mau estar no seio dos bombeiros do distrito de Bragança.

Durante a acção terá havido insultos, ameaças e bombeiros a pedir para serem algemados. “O mau estar entre as duas forças surgiu após a decisão dos bombeiros no terreno de fazer um contra fogo autorizado, como forma de supressão do incêndio”, contou fonte dos bombeiros.Por seu lado, o presidente da Liga do Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, disse que as relações entre agentes de protecção civil têm de ser cordiais e pautadas pelo respeito mútuo. “Por um lado, há um problema de uma lei bizarra, que retira aos bombeiros a capacidade operacional de decidirem a utilização do contra fogo como uma técnica de supressão. Esta técnica sempre foi utilizada e com sucessos reconhecidos. Se houver um excesso de zelo pela força de segurança, a lei conduz a situações desagradáveis, como a que aconteceu”, frisou o responsável.

Presidente da Liga dos Bombeiros pede clarificação da lei para evitar mal entendidos

Duarte Caldeira vai mais longe e diz que nesta situação, como noutras que já aconteceram, os bombeiros são tratados como “ pirómanos ou criminosos”.“A utilização do contra fogos é uma matéria que tem de ser clarifica. Nesse sentido, voltaremos a abordar o Ministério da Administração Interna para que a situação seja revista, para acabar com alguns excessos de zelo por parte do GIPS”, avançou o presidente da Liga.O responsável não quer ver os soldados da paz limitados no exercício da sua função, já que a técnica do contra fogo é uma matéria que lhes é ministrada durante a sua formação e lhes que confere capacidade para o exercício das missões de combate a incêndios.Situações deste género acontecem como mais incidência nos distritos de Bragança e Vila Real. (Jornal Nordeste)

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