16 de setembro de 2009

Novas pistolas da PSP e da GNR têm de trocar de punho

Depois da patilha só para canhotos e do esquecimento dos coldres, agora havia invólucros de balas a saltar para a cara dos atiradores por causa de um sistema feito para Portugal.

Dezassete mil pistolas que já tinham sido entregues pelo Governo à PSP e à GNR têm de ser sujeitas à troca do punho. O processo, que não demora mais que 30 segundos para cada arma, já começou a ser executado nos serviços que receberam as novas pistolas austríacas Glock, não sendo necessária a sua recolha.

Na origem do problema está uma exigência das autoridades portuguesas ao fabricante, para que o sistema que serve para retirar o carregador da arma fosse ambidestro, de forma a poder ser utilizado quer por canhotos quer por destros. Este pedido obrigou o fabricante a alterar a arma original, cujo sistema é unilateral, e a colocar um novo botão.

Nos últimos meses, à medida que a arma foi chegando às forças de segurança, apareceram os primeiros problemas. "Embora fossem poucos casos, acontecia, por vezes que, ao disparar, os invólucros não saltavam todos na mesma direcção, como acontece na arma original, e aconteceu por vezes atingirem mesmo a cara do atirador, embora sem ferimento. Entendeu-se, por isso, pedir ao fabricante que voltasse ao modelo original", explicou ao DN uma fonte da PSP.

A distribuição destas armas tem tido outros "azares". A colocação de uma patilha de segurança extra, também por exigência do Estado português, provocou polémica. A sua colocação do lado direito dificultava a utilização por atiradores destros, que são, como é óbvio, a maioria do efectivo das polícias. Esse problema foi, entretanto, ultrapassado e a patilha pode ser accionada das duas formas, à direita e à esquerda.

Outro problema foram os coldres. Quando lançou o concurso para as pistolas, o Ministério da Administração Interna não incluiu os respectivos coldres e teve de fazer novo concurso mais tarde.

Já foram distribuídas 25 mil das 50 mil armas encomendadas pelo Governo. As últimas oito mil já vêm com o sistema original da Glock. Os agentes da PSP e os praças da GNR que estão a terminar os cursos este ano já foram treinados como estas pistolas. (D.N)

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