Em Portugal, onde existem desde 2006, as Taser foram utilizadas episodicamente e não há registo de algum dos atingidos ter tido necessidade de receber assistência médica em consequência da descarga eléctrica.
Na posse da PSP e da GNR, as Taser são uma espécie de pistolas em que quando o gatilho é accionado disparam dois fios de cobre, com eléctrodos nas extremidades, os quais transportam uma carga eléctrica (de potência variável, mas que pode chegar aos cinco mil volts) que imobiliza a pessoa atingida.
O fabricante destas armas - que, segundo a Amnistia Internacional, terão sido responsáveis, entre 2001 e 2008, por 351 mortes nos EUA e no Canadá - aconselha a que os disparos não sejam directamente direccionados para o peito dos alvos, lembrando ainda que pessoas com problemas cardíacos ou diabetes podem, de algum modo, sofrer complicações mais sérias quando atingidas.
As Taser à disposição da GNR são de uso muito restrito, segundo informou um responsável da corporação, adiantando que as mesmas estão disponíveis, apenas, para os militares do Grupo de Intervenção das Operações Especiais, os quais estão em Portugal, Bósnia e Timor. Estes militares actuam em casos extremos, onde existe risco de vida, daí que a sua formação seja peculiar.
De acordo com o tenente Mário Figueiredo, há cerca de 30 militares da GNR habilitados a dispararem a arma. Mas só o podem fazer depois de eles próprios serem atingidos pelas descargas eléctricas, um tipo de treino que visa dar aos utilizadores uma percepção real dos efeitos das Taser. "O uso deste armamento requer preparação prática e teórica. É preciso ter consciência que uma descarga eléctrica vai imobilizar não só aquele que é directamente atingido, como pode ter efeitos, por exemplo, noutras pessoas que, eventualmente, estejam a tocar no alvo", explicou o mesmo responsável.
A GNR utilizou as Taser em seis ocasiões e em nenhuma delas houve consequências médicas para as pessoas atingidas. "A única vez em que alguém teve de ser socorrido após ser atingido por uma descarga eléctrica foi na cadeia de Pinheiro da Cruz, durante a libertação do padre que havia sido feito refém por dois presos que pretendiam fugir. Um dos presos, depois de cair, sofreu ferimentos em consequência do embate no chão", lembra o tenente Figueiredo.
Dados de Dezembro do ano passado referiam que a PSP só numa ocasião teria utilizado este armamento, sem daí ter resultado qualquer complicação para a pessoa atingida.(Público)
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