12 de novembro de 2010

Navio Escola Sagres atracou hoje em Goa para assinalar 500 anos da chegada dos portugueses

O Navio Escola Sagres chegou hoje a Goa, Índia, no âmbito da viagem ao mundo que iniciou em janeiro, paragem que serve também para assinalar os 500 anos da chegada dos portugueses àquele Estado indiano.

“Goa teria de estar incluída neste périplo, dado o excelente relacionamento entre os dois países”, disse hoje o cônsul de Portugal em Goa.

António Sabido Costa disse ainda que a visita coincide com os 500 anos da chegada dos portugueses a Goa, pelo que serve também para assinalar a data.

O navio escola vai estar atracado até terça-feira no porto de Mormugão e estará aberto ao público para visitas.

No domingo será oferecido um almoço a bordo ao Embaixador de Portugal em Nova Deli, Luís Castro Mendes, e ao Governador de Goa, Shivinder Singh Sidhu.

Estarão também presentes o chefe do Governo, Digambar Kamat, o Presidente da Assembleia Parlamentar, Pratapsingh Raoji Rane, e o Comandante Naval de Goa, Sudhir Pillai.

Ainda no domingo, serão entregues prémios a alunos de português em Goa e haverá um espetáculo de fado e mandos (música goesa) a bordo.

Na segunda-feira, o navio escola vai ser visitado por elementos da Marinha indiana.

A visita do navio escola Sagres a Goa, que termina na terça-feira, está envolta em polémica.

Hoje, alguns jornais goeses noticiaram que o partido da oposição Bharatiya Janata (BJP) criticou fortemente a presença do Governador e do chefe do Governo no almoço a bordo do navio escola.

Para os membros do partido, essa presença demonstra que o Governo “está a celebrar a conquista de Goa há 500 anos”, lê-se no site do “Herald”.

“Houve pessoas torturadas e feitas prisioneiras durante o regime português”, lembrou Laxmikant Parsekar, presidente do BJP.

O Navio Escola Sagres zarpou a 19 de janeiro de Lisboa para uma viagem de onze meses à volta do mundo, para "preparar futuros oficiais de Marinha e levar Portugal às comunidades nacionais", explicou o comandante da Sagres, Proença Mendes.

A Sagres deslocou-se primeiro ao Brasil, seguindo-se o Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador, México e Estados Unidos.

Dirigiu-se depois ao Japão, Coreia do Sul, Indonésia, Timor, Singapura, Tailândia e Malásia.

Depois de Goa, o navio escola visita ainda Egipto e Argélia.

O Sagres esteve também em Macau, mas foi impedido de atracar porque o território não permite a visita de navios de guerra.

O Navio Escola Sagres tem 70 metros de comprimento e foi construído em 1937, tem três mastros que suportam 23 velas, com 1971 metros quadrados de pano, e que lhe conferem uma velocidade de 17 nós às 1893 toneladas de peso.(Lusa)

1 comentário:

  1. Fiquei triste ao ouvir que houve um grupo de goeses que gritavam slogans contra os marinheiros portugueses que chegaram a Goa em 12 de novembro de 2010. Eu não pude vir a Vasco-da-Gama, pois estou doente. Moro em Margão. Não há razão para recusar a acolher aqueles que estiveram conosco por 451 anos. Quando eu era criança, eu era muito amigo dos militares portugueses em Reis-Magos (Verém), onde fiz o meu curso da escola primaria. Ainda tenho os meus amigos de Goa em Portugal.
    Estou escrevendo sobre "Goa antes e depois da 'libertação'". Eu não sou "saudosista", nem um fanático... Espero que os membros da marinha portuguesa e do navio escola de Sagres vai compreender o pano de fundo dos que se rebelaram e se recusaram a aceitá-los. Eles não conhecem a história. Alguns deles afirmam ser "combatentes da liberdade" (freedom fighters"...
    Espero continuar o meu diálogo com os leitores de Portugal.
    Dr.Ivo da C. Souza

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