28 de fevereiro de 2011

Militares atacam a credibilidade do ex-embaixador Thomas Stephenson

O Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), general Pinto Ramalho, ataca a credibilidade das informações enviadas por Thomas Stephenson, ex-embaixador dos EUA para a Administração norte-americana, em 2009. A visão do diplomata sobre Portugal consta no Wikileaks, que começou a ser revelada ontem pelo jornal ‘Expresso’.

"Mostra ignorância e desconhecimento do nosso País e das Forças Armadas", afirmou ao CM Pinto Ramalho. O CEME diz não estar incomodado com as críticas do diplomata mas retalia. "Quando diz que somos um País de generais sentados deve referir-se aos militares que fizeram o 25 de Abril e que hoje são generais com todo o mérito", salienta. Mendes Cabeçadas, ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, admite que quando exerceu o cargo tinha poucos poderes, que alertou a tutela, mas entende que a situação descrita já não corresponderá à realidade.

O general Loureiro do Santos considera que Stephenson era um "negociante" do presidente Bush. "Mostra uma certa dor de cotovelo por não termos comprado a sucata americana que nos queriam vender", diz Loureiro dos Santos.

Os militares contactos pelo CM são unânimes em colocar as informações Wikileaks numa guerra pela venda de equipamento bélico. "A opção europeia está a evoluir em desfavor da norte-americana e sobressai aqui um desconforto pela opção de Portugal", disse ao CM o coronel Jara Franco, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA). Contudo, alerta que o que veio a público no contexto Wikileaks é mais um elemento que alerta para a necessidade de uma reforma profunda nas Forças Armadas. "A reforma tem de partir do poder político", diz. (C.M)

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