28 de fevereiro de 2011

Tripulantes de helicóptero Alouette treinados para serem heróis

Foi a primeira vez que o segundo sargento Armando Borges, da Força Aérea Portuguesa, retirou náufragos a sério. Em condições complexas e com êxito, apesar das enormes dificuldades para resgatar a segunda pessoa, uma mulher, que só à segunda foi puxada, inconsciente, para bordo do Alouette da Esquadra 552, de Beja.

Dado o alerta, pelas 15.50, o helicóptero descolou de Ovar, onde está estacionado nestes dias. "O primeiro náufrago estava dentro de água e avistámo-lo logo", diz o piloto, tenente João Ribeiro. O recuperador lançou-se à água e resgatou-o rapidamente. "Estava exausto", conta o sargento Borges.

Pior foi a recolha da náufraga, que caiu depois ao mar. O recuperador teve um primeiro contacto com ela, que se debateu intensamente (comportamento expectável), o que fez com que o sargento tivesse dificuldades para lhe fixar o "horse collar" (o arnês com que se prendem as pessoas ao cabo). Veio uma vaga, e foi necessário subir, para a evitar, após o que a náufraga se soltou, desaparecendo por momentos, antes de voltar a ser detectada e resgatada.

Chegou a pensar-se que Armando Borges tinha ficado magoado, pois ele e a mulher foram empurrados pelo mar contra as rochas. Não foi assim. "Estou protegido, tenho equipamento e estou treinado", disse o recuperador, para quem terá sido mais complicado lidar com a "pressão de muita gente": "Tive de estar muito concentrado. Só quero fazer o meu melhor e abstrair-me disso".

Não era fácil. Diz o tenente Ribeiro que nunca havia feito um resgate em tão difíceis condições de mar, numa zona de rebentação muito rochosa. (JN)

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