15 de julho de 2011

Militares da Coreia do Sul visitaram a Base Aérea Nº 11

Militares da Coreia do Sul visitaram na segunda-feira a Base Aérea N.º 11. A Força Aérea sul-coreana pode instalar duas esquadras em Beja. A Força Aérea Portuguesa confirma a visita, mas, no âmbito da “cooperação e formação”.

Quase duas décadas depois, a Base Aérea N.º 11 pode voltar a ter estacionadas esquadras militares de outro país. A Correia do Sul pode ser o próximo “ocupante” da BA 11.

Um grupo de militares da Força Aérea da Correia do Sul visitou na segunda-feira as instalações da Base Aérea Nº. 11, sedeada em Beja, com o objectivo de conhecer a infraestrutura e poder instalar duas esquadras no seio interior.

Quase duas décadas depois da saída da Força Aérea Alemã a BA 11, pode voltar a receber forças militares de outro país, tal como sucedeu entre 1979 e 1993, com os alemães.

Segundo apurou a Voz da Planície, acompanhados dos seus homólogos da Força Aérea Portuguesa (FAP), uma delegação militar da Coreia do Sul aterrou na BA 11, a bordo de um Aviocar Casa C-212, tendo visitado a unidade em geral e em particular um dos hangares, conhecido como o “hangar da célula”.

É, segundo apurou a nossa estação, intenção do Governo sul-coreano, instalar, de forma permanente, as suas forças na Europa, e o primeiro objectivo seria Talavera la Real, na Província espanhola de Badajoz, acordo que terá fracassado com o governo de espanhol.

Colocada de lado a hipótese Talavera, o “objectivo” dos coreanos virou-se para Portugal e para Beja, face à dimensão e disponibilidade de instalações na base de Beja, local onde, segundo uma fonte daquela unidade, “há dezenas de edifícios abandonados e sem qualquer utilização desde os tempos dos alemães”, disse o nosso interlocutor.

“Espaço aéreo sem tráfego e céu aberto, excelente clima, sem vento”, é um cenário que a BA 11 ofereceu e que os sul-coreanos consideram como “muito cativantes”. Segundo apurou a nossa estação em termos de operações diárias na BA 11, voam dois aviões Alpha-Jet de manhã e dois à tarde, da Esquadra 103-”Caracóis”, para além dos P-3C CUP+, que saem em missões de patrulhamento e pertencentes à Esquadra 601-”Lobos”.

Para definir a capacidade operacional da unidade alentejana, fonte da mesma disse à nossa estação que a Força Aérea “podia fechar todas as bases e colocar tudo em Beja”.

Contactado pela Voz da Planície, o Major Paulo Mineiro, das Relações Públicas da FAP, confirmou a visita dos militares sul-coreanos, baseado “num programa de cooperação e formação”, estando os asiáticos “a avaliarem o que podem vir a fazer”, sustentando o oficial que todo o processo “está numa fase muito embrionária”. Sem confirmar que os contactos podem desembocar “numa futura presença permanente em Beja”, o Major Mineiro justificou que a FAP mostra “o que temos e o podem dar e eles definem o que lhes interessa”, lembrando que existem cooperação lusa com o Estados Unidos da América (EUA), Brasil e países do Magreb.

Recorde-se que a Coreia do Sul, tem nos EUA, o seu maior aliado que há muitos anos mantém uma forte presença na Base das Lajes (Açores), pelo que não é de descartar a vinda dos coreanos para a Base de Beja.

Contactada pela Voz da Planície para prestar esclarecimentos sobre a vinda de duas Esquadras da Força Aérea da Coreia do Sul, a Direcção-Geral de Política de Defesa Nacional, “prometeu” uma resposta ao assunto, que durante o dia de ontem não chegou. (V.P)

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