26 de agosto de 2011

NRP Vasco da Gama regressa a Lisboa

Amanhã, regressa a Lisboa o NRP Vasco da Gama que esteve integrado, desde o dia 13 de Abril de 2011, na Força Naval da União Europeia (EUNAVFOR), com funções de navio-almirante do Comando da Operação Atalanta. Neste âmbito, irá a bordo o Ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, acompanhado pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante José Saldanha Lopes.


A Operação Atalanta tem como missão proteger os navios do Programa Alimentar Mundial (WFP) que transportam ajuda humanitária ao povo da Somália e os navios de apoio logístico à força de manutenção de paz na Somália da União Africana (AMISOM), bem como o combate à pirataria no Oceano Indico Ocidental.
A participação da Vasco da Gama nesta missão teve a duração de 4 meses, contabilizando 87 dias no mar, durante os quais executou diversas tarefas onde se destacam as escoltas a um navio da AMISOM, patrulhas no Corredor de Trânsito Internacional Recomendado (IRTC) no Golfo de Aden e missões de reconhecimento e recolha de informações ao longo da costa da Somália.

A Vasco da Gama integrou a EUNAVFOR num período em que o fenómeno meteorológico da monção de Sudoeste (vento forte e ondulação) ainda não se fazia sentir, pelo que os actos de pirataria foram intensos contra navios mercantes em todo o Oceano Indico Ocidental. Das tarefas efectuadas pela Vasco da Gama destacam-se, entre outras, duas acções de disrupção a embarcações piratas, uma “Dhow” na costa da Somália e uma “Skiff” no IRTC, com captura de armas, munições, motores fora-de-borda e combustível, tendo sido ainda realizadas 7 acções de abordagem a navios suspeitos.

No capítulo da protecção e vigilância do tráfego internacional marítimo, foram efectuadas diversas acções de aconselhamento das melhores práticas (BMP) a cumprir pelos navios mercantes, assim como uma vigilância permanente nas áreas atribuídas, a saber:
- 2 escoltas efectuadas a um navio da AMISOM de Mombaça a Mogadishu, e regresso a Mombaça, que coincidiu com a centésima escolta da EUNAVFOR a navios da AMISOM;
- 43 dias de vigilância e patrulha no IRTC no Golfo de Aden;
- 261 navios mercantes contactados no mar relativamente ao aconselhamento e uso das BMP;
- 19 visitas a navios mercantes no portos, com o intuito de verificar e aconselhar o uso de BMP.

No capítulo das missões de patrulha, vigilância, reconhecimento e recolha de informações destaca-se o seguinte:
- 17 dias de acções recolha de informações nos campos e fundeadouros piratas na costa Norte e Leste da Somália;
- 19 dias de acções de patrulha e vigilância em mar aberto (Mar Arábico e Bacia da Somália);
- 144 horas de voo do helicóptero orgânico, envolvido nas diversas acções de patrulha e vigilância, reconhecimento e recolha de informações, bem como nas acções de disrupção e abordagem.

O saldo destes 122 dias de operação é positivo, contribuindo de forma significativa para a ajuda humanitária aos cerca de 2 milhões de desalojados Somalis, tal como para o combate à pirataria na região, obtendo-se um feito único na Operação Atalanta pelo facto de não ter sido pirateado nenhum navio nos últimos três meses, o que acontece pela primeira vez desde o início da operação em 2008.

Reflexo disso, foi o texto recebido do Contra-almirante Duncan Potts, Comandante do Quartel-General da Operação Atalanta : “tenham orgulho no vosso brilhante desempenho que tiveram ao liderar esta operação desde o início. Flexibilidade, Confiança e Iniciativa são sinónimos do vosso navio, estando permanentemente na linha da frente para enfrentar os novos e exigentes desafios colocados. A vossa flexibilidade e energia foram inspiradoras. Em nome dos 284.000 marinheiros que a bordo de 14.200 navios mercantes transitaram pela área de operações durante o vosso quarto, e dos milhares de somalis que continuam a receber preciosa ajuda humanitária, agradeço-vos por todo o vosso esforço. Well Done.” (M.G.P)

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