27 de agosto de 2011

NRP Vasco da Gama regressa a Lisboa

Regressou hoje a Lisboa a Fragata "Vasco da Gama" que, desde o dia 13 de Abril de 2011, esteve integrada na Força Naval da União Europeia (EUNAVFOR), no âmbito do apoio à política externa do estado português.

Durante o período em que integrou a EUNAFOR a fragata teve a bordo o Comandante da Operação Atalanta, Comodoro Silvestre Correia. Esta missão da força naval da UE tem como pricipais objectivos proteger os navios do Programa Alimentar Mundial (WFP) que transportam ajuda humanitária ao povo da Somália e os navios de apoio logístico à força de manutenção de paz na Somália da União Africana (AMISOM), bem como o combate à pirataria no Oceano Indico Ocidental.
A participação da "Vasco da Gama" teve a duração de 4 meses, contabilizando 87 dias no mar, durante os quais executou diversas tarefas onde se destacam as escoltas a um navio da AMISOM, patrulhas no Corredor de Transito Internacional Recomendado (IRTC) no Golfo de Aden e missões de reconhecimento e recolha de informações ao longo da costa da Somália.

A "Vasco da Gama" integrou a EUNAVFOR num período em que o fenómeno meteorológico da monção de Sudoeste (vento forte e ondulação) ainda não se fazia sentir, pelo que os actos de pirataria eram intensos contra navios mercantes em todo o Oceano Indico Ocidental. Das tarefas efectuadas destacam-se, entre outras, duas acções de disrupção a embarcações piratas, uma "Dhow" na costa da Somália e uma "Skiff" no IRTC, com captura de armas, munições, motores fora-de-borda e combustível, tendo sido ainda realizadas 7 acções de abordagem a navios suspeitos.

No capítulo da protecção e vigilância do trafego internacional maritimo, foram efectuadas diversas acções de aconselhamento das melhores práticas (BMP) a cumprir pelos navios mercantes, assim como uma vigilância permanente nas áreas atribuídas, a saber:

- 2 escoltas efectuadas a um navio da AMISOM de Mombaça a Mogadishu, e regresso a Mombaça, que coincidiu com a centésima escolta da EUNAVFOR a navios da AMISOM;

- 43 dias de vigilância e patrulha no IRTC no Golfo de Aden;

- 261 navios mercantes contactados no mar relativamente ao aconselhamento e uso das BMP;

- 19 visitas a navios mercantes no portos, com o intuito de verificar e aconselhar o uso de BMP.


No capítulo das missões de patrulha, vigilância, reconhecimento e recolha de informações destaca-se o seguinte:

- 17 dias de acções recolha de informações nos campos e fundeadouros piratas na costa Norte e Leste da Somalia;


- 19 dias de acções de patrulha e vigilância em mar aberto (Mar Arábico e Bacia da Somália);

- 144 horas de vôo do helicoptero orgânico, envolvido nas diversas acções de patrulha e vigilância, reconhecimento e recolha de informações, bem como nas acções de disrupção e abordagem.

O saldo destes 122 dias de operação é muito positivo, tendo a "Vasco da Gama" contribuido para a ajuda humanitária aos cerca de 2 milhões de desalojados Somali, tal como para o combate à pirataria na região, obtendo-se um feito único na Operação Atalanta pelo facto de não ter sido pirateado nenhum navio nos últimos três meses, o que acontece pela primeira vez desde o início da operação em 2008.

Reflexo disso, foi o texto recebido do Contra-almirante Duncan Potts, Comandante do Quartel-General da Operação Atalanta, que aqui se resume:

"tenham orgulho no vosso brilhante desempenho que tiveram ao liderar esta operação desde o inicio. Flexibilidade, Confiança e Iniciativa são sinónimos do vosso navio, estando permanentemente na linha da frente para enfrentar os novos e exigentes desafios colocados. A vossa flexibilidade e energia foram inspiradoras. Em nome dos 284.000 marinheiros que a bordo de 14.200 navios mercantes transitaram pela área de operações durante o vosso quarto, e dos milhares de somalis que continuam a receber preciosa ajuda humanitária, agradeço-vos por todo o vosso esforço. BZ.". (EMGFA)

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