10 de maio de 2012

Processo de criação de Hospital Único das Forças Armadas está "empancado"

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Luís Araújo, lamentou hoje a demora na criação do novo Hospital Único das Forças Armadas, afirmando que o seu projecto de decreto-lei está "empancado".

Num encontro com jornalistas, o principal chefe militar admitiu que o novo Hospital - que ficará nas instalações do ainda Hospital da Força Aérea, no Lumiar - poderá não estar a funcionar em 2014.

A comissão instaladora do novo Hospital - que vai servir os três ramos das Forças Armadas - está para tomar posse há vários meses, não havendo data prevista para que seja publicado o diploma que formaliza a criação desta nova estrutura, com um custo inicial previsto de nove milhões de euros e que pode ir até 22 milhões.

"Fico triste, estive aqui três anos [até fevereiro de 2014] e não vou ser director do Hospital das Forças Armadas provavelmente, não sei, esta situação não interessa a ninguém e fico triste por isso", declarou Luís Araújo.

Interrogado se existe alguma mudança ou retrocesso na reforma da saúde militar, o chefe militar respondeu negativamente: "Que eu tenha conhecimento não há".

"Tanto quanto sei esse projeto de decreto-lei para a instalação do Hospital está empancado", disse o general CEMGFA.

Sobre a cooperação entre Forças Armadas e forças de segurança, o CEMGFA caraterizou essa relação como "complexa" e defendeu que é necessário "ser muito cuidadoso nessa área".

"Qualquer que seja a hipótese de emprego, em apoio ou colaboração com forças de segurança, as Forças Armadas continuam debaixo da linha de comando militar, que não haja a mínima dúvida disso", frisou.

A propósito da nova importância dada pela NATO e pela União Europeia a programas de racionalização, partilha de equipamento militar e cooperação, o general português apontou cinco áreas que considerou "instrumentos de ação críticos", portanto "não partilháveis" com outros países.

"A nossa Força de Reação Imediata (recentemente enviada para a Guiné-Bissau), o policiamento aéreo, as missões de busca e salvamento, o patrulhamento costeiro e o ensino militar básico das academias são instrumentos de soberania", vincou.(RTP)

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