30 de junho de 2013

Aguiar-Branco: «Vulnerabilidades da defesa nacional não devem ser ecoadas»

As "vulnerabilidades" das Forças Armadas não devem ser discutidas publicamente, disse o ministro da Defesa Nacional após o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea ter afirmado que os cortes estão a degradar a resposta daquele ramo militar.

Da "evolução dos orçamentos atribuídos desde 2010" resulta "uma degradação da resposta" da FA, sustentou o comandante José Pinheiro durante a cerimónia militar que assinalou o 61º. aniversário da Força Aérea Portuguesa, pedindo soluções urgentes ao ministro José Pedro Aguiar-Branco.

"Acredito que tal como referiu recentemente o Chefe de Estado-Maior do Exército e que sei que é a cultura de todos os chefes, que da boa estratégia militar, as vulnerabilidades das forças armadas e em geral da defesa nacional não devem ser ecoadas no palco da discussão pública", defendeu no discurso seguinte o ministro.

Aguiar-Branco salientou que essas fragilidades "são, sim, combatidas diariamente, pelo esforço de uma gestão mais eficiente, pela competente definição de prioridades, pelo rigoroso planeamento da acção e pela indução de reformas que conduzam ao aumento da capacidade operacional num quadro muito exigente na aplicação de recursos públicos". O governante sublinhou conhecer "as dificuldades que [as Forças Armadas] tiveram que ultrapassar nos últimos dois anos", bem como a exigência e o rigor que lhes foi "exigido num tempo de especiais restrições orçamentais".

Razão pela qual podia, frisou, "evocar as dificuldades encontradas na Defesa Nacional" e a resolução de problemas como os da reposição da nova tabela remuneratória, do descongelamento das promoções ou, ainda recentemente, este mês, da regularização dos descontos para a Assistência na Doença aos Militares". Problemas, acrescentou, "com grandes riscos para a coesão da estrutura militar, para a necessária acção de comando e que nos absorveram muito tempo e em alguns casos recursos financeiros".

Contudo, o ministro da Defesa Nacional explicou que preferia, neste dia de aniversário da Força Aérea, "agradecer o contributo" dos militares "para o esforço nacional que está a ser prosseguido pelos portugueses e que nas forças armadas assume a expressão maior do sentido patriótico". A Força Aérea Portuguesa, que foi constituída como ramo independente das Forças Armadas a 1 de Julho de 1952, está a assinalar o seu aniversário desde sexta-feira com diversas actividades em Leiria, exposições temáticas e de fotografia, uma cerimónia militar e dois concertos pela Banda de Música da Força Aérea.(Record)

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