13 de julho de 2013

Projectos portugueses impressionaram ministro da defesa angolano

O ministro da Defesa Nacional angolano, Cândido Van-Dúnem, afirmou que Angola ficou impressionada com os três projectos de cooperação apresentados por Portugal no sector da Defesa.

Os três projectos propostos por Portugal são a construção conjunta de navios de guerra, transferência de tecnologia e criação de um centro de excelência de formação de pilotos, que foram classificados pelo ministro angolano como "interessantes".

O governante angolano falava à imprensa no final da cerimónia de assinatura de quatro documentos de âmbito técnico-militar com Angola, que marcaram o último ponto da visita de trabalho de três dias que o seu homólogo português, José Pedro Aguiar-Branco, que termina hoje.

São estes o Protocolo de Cooperação na área da Inspecção Geral de Defesa Nacional, o Memorando de Entendimento na área da Saúde Militar, o Acordo Técnico Bilateral no domínio da Prestação de Apoio Hospitalar e o Protocolo de Usufruto do Hotel Império, em Luanda, enquanto residência dos assessores militares portugueses estacionados em Angola.

Depois de classificar a visita de José Pedro Aguiar-Branco como "exitosa", Cândido Van-Dúnem disse estar "à vontade" para considerar que "valeram a pena os esforços" para a organização e realização da deslocação.

Relativamente aos três projectos de cooperação ligados à indústria de Defesa, o governante angolano considerou a apresentação feita pela delegação da "holding" da empresa pública de defesa de Portugal (EMPORDEF) como "muito profissional e competente".

"Fizeram-no com o sentido de nos dar a possibilidade de perceber aquilo que era uma capacidade de Portugal e podermos nós, responsáveis angolanos, perceber em que contexto é que estas capacidades de Portugal podem ser absorvidas por Angola. Estamos a falar de projectos interessantes", frisou.

Sem se comprometer com prazos para dar uma resposta, Cândido Van-Dúnem acrescentou que Angola vai estudar as três propostas.

"Recebemos com muito bom grado estas propostas. Ali, aonde Portugal e a sua capacidade puderem fazer parte deste longo caminho que ainda vislumbramos, não tenho sombra de dúvidas que nós, com base na nossa cooperação estratégica, com base nos laços de irmandade e fundamentalmente culturais que nos unem, nós sempre teremos bem presentes as propostas vindas de Portugal", vincou.

A língua que Portugal e Angola partilham constitui ainda uma mais-valia na escolha que as autoridades angolanas vierem a fazer.

A língua portuguesa "sai ganhando em relação a outros parceiros", disse o ministro angolano.

Para Cândido Van-Dúnem, a "fase do contentor" já pertence ao passado.

"Compete a Portugal estar preparado para que quando Angola se decida em preferir este ou aquele projecto, esteja em condições de nos convencer, no bom sentido, para que a proposta portuguesa seja de facto uma proposta estruturante e uma proposta que seja para trazer desenvolvimento a Angola", manifestou.

José Pedro Aguiar-Branco destacou a criação de mais vagas para formandos angolanos frequentarem estabelecimentos de ensino militar em Portugal e o memorando de entendimento assinado na área da Saúde Militar.

"Este encontro produziu resultados muito concretos. O que significa que a cooperação está a passar por um excelente momento", destacou.

O ministro português manifestou-se ainda esperançado no efeito multiplicador dos projetos apresentados na indústria de Defesa.

"Tenho esperança que depois possam também ser traduzidos noutros projetos através da participação de empresas portuguesas na próxima Feira da Indústria de D, a ocorrer em novembro (em Luanda) e para a qual já está assegurada a participação de mais de uma dezena de empresas portuguesas", concluiu.

Lusa/SOL

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