22 de agosto de 2013

CEMGFA RECEBE A N.R.P ÁLVARES CABRAL

Regressou ontem de manhã a Lisboa, a fragata Álvares Cabral que, após ter largado a 21 de Março, exerceu as funções de navio-almirante da Força Naval da União Europeia (EU NAVFOR) da Operação Atalanta, no período de 06 de Abril a 06 de Agosto. 

À chegada ao estuário do Rio Tejo, o navio da Marinha Portuguesa embarcou a Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, Dra. Berta Cabral, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General Luís Esteves de Araújo e o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante José Saldanha Lopes, que permaneceram a bordo até à atracação na Base Naval de Lisboa.

A missão da Álvares Cabral teve a duração de 5 meses, tendo o navio da Marinha Portuguesa executado diversas tarefas, das quais se destacam as patrulhas no Corredor Internacional de Tráfego Recomendado (IRTC), no Golfo de Áden, missões de reconhecimento e recolha de informação junto à costa da Somália, a realização de diversas “Friendly Approaches” a embarcações regionais e acções de cooperação técnico-militar com a Marinha de Moçambique, a Guarda Costeira da República das Seicheles e a Marinha e Guarda Costeira do Djibuti, que visam a edificação das capacidades regionais destes países no âmbito da segurança marítima.

De salientar que durante o período de integração da fragata Álvares Cabral, não ocorreu nenhum ataque pirata com sucesso e a EU NAVFOR continuou a garantir as escoltas aos navios do Programa Alimentar Mundial.

Durante esta missão o navio embarcou ainda um oficial da Marinha do Brasil e um oficial da Marinha de Moçambique, que durante a missão puderam observar os procedimentos e tácticas de combate à pirataria na área de operações, contribuindo assim para o reforço das acções de cooperação bilateral entre Portugal e estes dois países de língua oficial portuguesa.

Pouco antes do navio ter atracado na base do Alfeite a secretária de Estado da Defesa, em declarações aos jornalistas a bordo da fragata Álvares Cabral, defendeu "Temos de continuar a cumprir estas missões internacionais". Sem se comprometer com o prolongamento da participação de Portugal na Operação Atlanta, Berta Cabral disse apenas que o país "continuará a desempenhar as suas funções e ponderará certamente do ponto de vista operacional o futuro desta operação". Questionada se existe verba para esse prolongamento, a secretária de Estado adiantou apenas que a verba prevista no próximo Orçamento para as forças nacionais destacadas "está ao mesmo nível dos anos anteriores".

O êxito da missão foi igualmente destacado pelo comandante Jorge Novo Palma, o oficial português que comandou a missão da EU NAVFOR, confessando que inicialmente esta foi uma missão encarada com "incerteza", um sentimento que se combateu com "planeamento e com uma observação muito rigorosa da situação no terreno".

"Mantivemos uma pressão constante e garantimos a escolta dos navios do programa alimentar mundial garantindo a chegada de 21 mil toneladas de alimentos à Somália", acrescentou. Além das condições muito duras do clima, com alturas em que o termómetro chegou aos 50º, as saudades foram outra das grandes adversidades sentidas pelos militares.

Porém, para o chefe de serviços de comunicações, Bruno Cortes Banha, as saudades desta vez foram sentidas de forma particularmente dura, pois ao fim de um mês de sair de Portugal nasceu o seu segundo filho que só agora conseguiu conhecer "ao vivo e a cores".

O NRP Álvares Cabral é comandado pelo Capitão-de-mar-e-guerra Nuno Sobral Domingues, dispõe de um helicóptero Super Lynx Mk.95 e a sua guarnição é constituída por 187 militares.(EMGFA)

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