16 de outubro de 2013

IGeoE inova na distribuição de informação às Forças Armadas

Através de um portal, a instituição passa a proporcionar informação actualizada a todos os militares e colaboradores das Forças Armadas portuguesas. O acesso à informação depende de credenciais específicas.

O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) implementou uma ferramenta Web de acesso gratuito a informação geográfica actualizada e resultante da integração de várias fontes de dados civis, militares e científicos, de base nacional e internacional.

O portal destina-se a todos os militares e colaboradores das Forças Armadas portuguesas. O acesso à informação depende de credenciais específicas, sendo estas criadas em função da informação pretendida.

«O projecto foi iniciado em Janeiro de 2013, para veicular de forma gratuita informação geográfica a todos os militares e colaboradores das Forças Armadas», refere o major Agostinho José Caldas de Freitas, chefe do Departamento de Concepção e Desenvolvimento do IGeoE.

O portal mantém «um elevado grau de actualização, também ela gratuita, no sentido de prestar melhor apoio neste momento de dificuldades financeiras, pelo qual todas as organizações e instituições estão a passar», acrescenta.

O portal Web de sistemas de informação geográfico é uma ferramenta de apoio ao processo de tomada de decisão militar, fornecendo acesso gratuito a informação geográfica actualizada (contexto socioeconómico nacional). Permite divulgar cartografia e imagens de satélite e tem cobertura mundial, em especial de zonas onde os militares se encontram ou onde desenvolvem o seu trabalho.

O IGeoE disponibiliza através deste portal, via browser, informação geográfica temática para consulta e alguma informação para edição online. Os conteúdos são facultados tendo em vista a integração da informação produzida por várias fontes – civis, militares, científicas, nacionais e internacionais – e a optimização da análise espacial e de contexto.

Com este portal de informação, a instituição passa a ter uma ferramenta de apoio à decisão a vários níveis. Por exemplo, a nível operacional, com o cálculo de rotas de viação; a nível táctico, com a criação e a partilha de mapas de situação e de enquadramento de operações correntes; e a nível estratégico, com a obtenção e a partilha de uma common operational picture, para operações de resposta a crises, ou outras.

Nesse sentido, a instituição procurou implementar não só uma ferramenta de fácil utilização, como que requeresse um tempo de habituação mínimo, isto é, que não implicasse conhecimentos específicos e que pudesse ser utilizada praticamente em qualquer equipamento informático, com baixos specs, com ligação à rede de dados do exército, com browser e com flashplayer 10.0.0 instalado.

O portal foi desenvolvido com base na tecnologia FLEX e na API do ArcGIS, ferramenta da Esri para veicular informação classificada e não-classificada aos utilizadores.

A integração de serviços Web, cartografia (imagem e vector) e bases de dados geográficas (com edição online) numa solução gratuita é outro aspecto considerado inovador pelo major Agostinho José Caldas de Freitas, assim como a possibilidade de integrar várias fontes de informação, garantindo e mantendo a propriedade intelectual.


Retorno do investimento em três anos

O prazo de retorno do investimento previsto é de cerca de três anos, mas o projecto apresenta um conjunto de melhorias para o IGeoE, como a prestação de um melhor apoio geográfico na produção de informação específica destinada a operações ou a situações pontuais, uma vez que a informação é produzida rápida e gratuitamente.

Foi também optimizado o processo de disponibilização de geoinformação para as Forças Armadas, sendo os dados mais eficientes e prestados em menos tempo. «Faz parte da política da instituição promover e assegurar a melhoria contínua dos processos e a disponibilidade da informação», afirma o chefe do Departamento de Concepção e Desenvolvimento do IGeoE.

Este portal mostrou ser uma ferramenta ímpar, sublinha o responsável, por permitir divulgar junto daqueles que são o seu público-alvo prioritário a produção de cartografia nacional, como séries militares nacionais e da NATO. Proporcionou ainda acesso gratuito, apesar de condicionado, a esta cartografia e à sua actualização, criando novas oportunidades de receita para o IGeoE. As áreas que mais beneficiam com este projecto são as de produção de informação e a cadeia de abastecimento e logística.

O major Agostinho José Caldas de Freitas refere ao Semana que, por norma, os projectos do IGeoE são anuais ou plurianuais, coincidindo o seu início e fim com o início e o fim do ano civil. No caso deste projecto, está previsto que a sua conclusão aconteça no fim do corrente ano, embora exista a possibilidade de se prolongar por mais tempo, dependendo das necessidades dos utilizadores ou da substituição desta ferramenta por uma outra que venha a ser desenvolvida.

Questionado sobre os novos passos e as melhorias que a instituição pretende introduzir no portal, o chefe do Departamento de Concepção e Desenvolvimento do IGeoE diz que, graças à aceitação que o portal tem tido, e ao feedback que tem recebido, «já foram adicionados alguns widgets que não estavam disponíveis na versão original». E adianta que, em breve, «serão ainda adicionadas novas funcionalidades, maioritariamente para melhorar a produtividade – ao nível da interoperabilidade de formatos de dados geoespacias – e a harmonização dos dados espaciais apresentados».


Outros projectos a desenvolver pelo IGeoE


Ainda no decorrer de 2013, o Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) deverá ultimar o novo portal Web, que será inaugurado nas comemorações do Instituto, no próximo dia 26 de Novembro, representando um salto qualitativo na facilidade de aquisição online dos produtos do IGeoE.

Está ainda em marcha um projecto considerado de especial importância para esta entidade, que é a actualização da infra-estrutura de dados geoespaciais.

«Já que o IGeoE está a actualizar a sua infra-estrutura de TI, esta era a melhor altura para redesenhar e actualizar a infra-estrutura de dados», diz o major Agostinho José Caldas de Freitas. Esta actualização permite implementar e disponibilizar novos serviços e novos modelos de dados ao utilizador (seja ele o público ou os colaboradores), respondendo assim de um modo mais flexível e eficaz aos seus pedidos.

«Esta foi a forma encontrada para fazer face não só à constante evolução verificada na área dos SIG, bem como ao contexto económico nacional», explica o chefe do Departamento de Concepção e Desenvolvimento do IGeoE. Em vez de se limitar a acompanhar a evolução, o IGeoE pretende «dar um salto qualitativo, apostando na utilização de software open source, em soluções de SIG na Web e, futuramente, em aplicações mobile que possam dar acesso não só à informação mas também aos serviços».

No seguimento do projecto do portal SIGOpMil (visualizador de informação geográfica para operações militares), e uma vez que o IGeoE terá a breve trecho uma nova infra-estrutura de dados com novas capacidades, deverá surgir no início do próximo ano um projecto para disponibilização de um novo portal colaborativo. «Pretende-se que este novo portal seja mais do que um mero visualizador de informação geográfica; queremos agregar as capacidades do SIGOpMil e colocá-las num portal em que os utilizadores (Forças Armadas) possam criar os seus próprios mapas e possam publicá-los e partilhá-los (na rede de dados do Exército) sem nunca saírem do browser e sem precisarem softwarede terceiros», declara o major Agostinho José Caldas de Freitas.

Outro dos projectos que o IGeoE está a levar a cabo é na área de gestão do datacenter. O IGeoE está avançar para a consolidação dos servidores usando a virtualização sobre a plataforma VMWare 5.1 e também sobre a plataforma Suse Linux Enterprise Server 11. (S.I)

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