Mil militares dos três ramos das Forças Armadas participam a partir de segunda-feira, no arquipélago da Madeira, num exercício para testar uma catástrofe natural e uma crise de segurança, um dos maiores treinos dos últimos anos.
O exercício, denominado "Lusitano 2013", da responsabilidade do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), será visitado na sexta-feira pelo ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, acompanhado de governantes regionais e das mais altas patentes militares do país.
Na qualidade de observadores, vão estar, também, presentes representantes dos dez países do Mediterrâneo Ocidental que integram o "Diálogo 5+5", grupo que procura, através de "medidas concretas de cooperação", criar e manter "um clima de confiança e de franca colaboração" entre estes estados, informou o CEMGFA.
Segundo o CEMGFA, o cenário da iniciativa, que obriga à intervenção das Forças Armadas por determinação governamental, inclui uma ameaça transnacional no Porto Santo e uma catástrofe natural na Madeira, além de uma forte tempestade que afecta ambas as ilhas.
Integra, também, o pedido de um navio conotado com uma organização criminosa para atracar no Porto Santo e, ainda nesta ilha, uma aterragem não autorizada de um avião suspeito e a tomada de assalto das infraestruturas aeroportuárias com reféns militares e civis nacionais.
O exercício, que termina no dia 27, vai treinar a projecção de forças, operação aerotransportada, desembarque anfíbio, operações especiais, tomada de objectivos, resgate de reféns e patrulhamentos.
Controlo do mar, apoio logístico e sustentação, controlo aéreo, apoio à protecção civil, ajuda humanitária e cooperação civil militar são outras das acções previstas, que envolvem meios da Marinha, Exército e Força Aérea, adianta o CEMGA.
No caso da Marinha, nas águas da região vão estar um reabastecedor oceânico, uma fragata, um submarino, um navio hidrográfico, um navio-patrulha, uma força de fuzileiros e uma equipa hidrográfica de intervenção rápida.
O Exército participa no treino com um comando e Estado-Maior de Batalhão Paraquedistas, uma companhia de paraquedistas, um batalhão de infantaria, uma bateria de artilharia antiaérea 20 mm e um hospital de campanha, refere o CEMGA.
Aeronaves F-16, C-130, C-295 e P3-C, o helicóptero EH-101 e um posto de comunicações móvel são os meios empenhados pela Força Aérea.
Na conferência de imprensa de apresentação do exercício, a 21 de Outubro, o comandante Operacional Conjunto do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Vaz Antunes, referiu que a "cada dia que passa, falta menos um dia para haver uma crise de segurança ou de guerra que vai obrigar ao empenhamento de todos, mas de todos os organismos do Estado, independentemente das 'quintas' que possa haver".
Na ocasião, Vaz Antunes acrescentou que "não vai haver desculpas -- e as Forças Armadas não terão desculpas -- se não estiverem em condições de dar resposta a qualquer situação de crise grave que aconteça no país". (D.N)
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