13 de março de 2015

Portugal reforça presença militar no Golfo da Guiné

Portugal vai enviar um Navio de Patrulha Oceânico (NPO) para o Golfo da Guiné, que se vai juntar à fragata Bartolomeu Dias que zarpou para a região no final do mês de Fevereiro para a região. A proposta recebeu esta quinta-feira parecer favorável do Conselho Superior de Defesa e assume particular relevância dado o âmbito da missão.

Tal como a Bartolomeu Dias, o patrulhão vai participar nos exercícios militares que a Marinha dos EUA tem promovido em África com a participação de forças de países europeus e de países africanos. Está prevista para Abril a partida deste navio. O Estado Maior das Forças Armadas descreveu como objectivo principal destes exercícios o “fortalecimento de parcerias marítimas globais através de actividades de formação e de colaboração para melhoraria da segurança marítima nas regiões do Golfo da Guiné e da costa ocidental africana”.

Actualmente, estão empenhados nesses exercícios 172 militares portugueses, que fazem parte da guarnição da fragata. Com a chegada do patrulhão, o efectivo português nesses exercícios atingirá os 210 militares.

Há algumas semanas, o embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, defendeu a criação em Lisboa de um Centro de Segurança Marítima “com liderança portuguesa” por entender que “os portugueses têm mais conhecimento técnico nessa área que nós”. O Golfo da Guiné tornou-se uma preocupação para o Ocidente quando a instabilidade regional juntou casos de pirataria aos problemas relacionados com o tráfico de drogas e o crime organizado.

Mas o reforço da presença militar portuguesa em África não se esgota nos meios da Marinha. O conselho Superior deu também o seu aval ao envio de oito militares para a missão da União Europeia na República Centro-Africana. Actualmente, Portugal tem 50 militares e um avião de transporte C-295 no Mali, no âmbito de uma missão das Nações Unidas. A que há a acrescentar outros nove que fazem parte da missão de treino militar promovida pela União Europeia.

A República Centro-Africana é palco de violências interreligiosas desde que o presidente François Bozizé foi afastado do poder, em Março de 2013, por uma coligação predominantemente muçulmana, a Séléka. A reunião avaliou também a "situação das Forças Nacionais actualmente destacadas em diversos países da Europa, Médio Oriente e África, cumprindo missões de apoio à paz e de carácter humanitário, no âmbito da União Europeia, da ONU e da Aliança Atlântica". (Público)

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