Depois dos caças russos, chega o exército sírio. O governo de Damasco anunciou ontem ter tomado várias cidades estratégicas. O exército sírio, com auxílio das milícias xiitas do Hezbollah, reconquistou a localidade estratégica de Kafer Nabuda, que faz fronteira entre as províncias sírias de Hama e Idlin. O controlo deste ponto permite ao exército do regime de Bashar al-Assad atacar posições de forças rebeldes na estratégica estrada M5, que vai desde a fronteira jordana até à cidade de Alepo.
O exército sírio comunicou também ter reconquistado mais quatro localidades na província de Hama e a cidade de Jub al Ahmar na província de Lakatia. É nesta última região, de maioria alauita, a mesma confissão religiosa que o presidente Al -Assad, que os russos têm a sua principal base, que lhes permite o acesso ao Mediterrâneo no porto de Tartus.
A conquista desta localidade abre caminho para que as tropas de Damasco possam aceder e dominar a fértil planície de Ghab, essencial para a sobrevivência do governo sírio.
No entanto, segundo o Observatório dos Direitos Humanos, organização ligada à oposição, nestas localidades ainda se verificam combates entre rebeldes e tropas governamentais.
O governo dos EUA, por seu turno, garante que já conseguiu lançar 50 toneladas de armamento para grupos “moderados” que se opõem ao governo sírio e combatem o Estado Islâmico. “Foi um êxito o lançamento”, garantiu um porta-voz do Departamento de Estado, que garantiu que esses grupos foram cuidadosamente seleccionados por não terem laços com o EI.
Diferente é a opinião do ministro dos Negócios Estrangeiros russos, Sergey Lavrov, que acusou ontem, em conferência de imprensa, os EUA de estarem na prática a armar o Estado Islâmico. “Os Estados Unidos informaram que tinham mudado o seu conceito de apoio à oposição ao governo sírio. Em vez de formação, enviam-lhes armas e munições a partir do ar. Lançaram mais de 50 toneladas de armas e munições”, disse Lavrov, acrescentando que a maior parte desse apoio está a cair nas mãos do Estado Islâmico.
O ministro russo lamentou que o governo de Obama se recuse a coordenar esforços com a Rússia na luta contra o EI. E afirma esperar que os EUA proporcionem dados sobre o Exército Livre da Síria a Moscovo, para decidir que atitude as forças russas terão com eles. (I)
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