13 de dezembro de 2016

Ministro da Defesa realça elogios às forças portuguesas no Mali

O ministro da Defesa realçou hoje os elogios dos comandantes gerais da Missão de Treino da União Europeia no Mali às tropas portuguesas destacadas para aquela missão, afirmando que os militares portugueses têm demonstrado "altos níveis de excelência".

"Houve um elogio muito sincero quer do comandante da missão, que é belga, quer do sub-comandante, que é alemão, à excelência do trabalho das nossas forças, no Estado-Maior (da EUTM) mas também ao nível do treino e capacitação de 'snipers' [atiradores especiais]", disse o ministro José Azeredo Lopes à saída de uma reunião com o comando da missão da UE.

O ministro da Defesa Nacional - acompanhado pelo Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas - realiza hoje uma visita aos 77 militares portugueses no Mali, entre os quais nove integrados na EUTM e 66 na Missão Integrada Multidimensional de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA).

"Tudo o que tenho ouvido é que nós não somos muitos, mas que os que estão têm demonstrado níveis de excelência e sobretudo algo - que me deixa sempre orgulhoso quando visito forças deslocadas - que é a capacidade de relação que têm com as populações locais", realçou o ministro.

Azeredo Lopes assistiu ainda a um exercício de atiradores especiais malianos já formados por militares portugueses integrados na Missão de Treino da UE no Mali.

Os snipers portugueses nesta missão pertencem ao Centro de Operações Especiais (COE) de Lamego e ao Destacamento de Acções Especiais da Marinha Portuguesa (fuzileiros).

Os formandos malianos - treinados para espingardas de precisão de fabrico russo - acertaram em alvos entre 200 e 300 metros, mas estão a receber treino para atingir objectivos a mais de 500 metros.

Estas equipas formadas pelos portugueses (e também por atiradores especiais espanhóis) integram depois os batalhões de infantaria do exército maliano, envolvido em acções anti-terrorismo e contra rebeldes especialmente no norte do país.

"O Mali está numa situação crítica do ponto de vista da segurança, especialmente no norte e nordeste", reconheceu o ministro Azeredo Lopes.

No entanto, o ministro salientou que a Missão de Treino da União Europeia enfrenta actualmente "limitações" no treino e apoio às tropas locais que "resultam da natureza jurídica da operação".

No decorrer da visita, o titular da pasta da Defesa participa à noite num jantar de Natal com os 66 militares destacados para a MINUSMA.

Os 66 militares portugueses integrados na MINUSMA são na sua grande maioria da Força Aérea (seis são para-quedistas, do Exército). Esta missão portuguesa no Mali tem a duração de seis meses e visa substituir a Força Aérea da Noruega em operações de transporte aéreo logístico de mercadorias, com o objectivo de cobrir todo o país.

Além dos cerca de 60 militares - que serão sucessivamente rendidos - a missão portuguesa inclui um avião C-130H, da Esquadra 501 - "Bisontes".

A MINUSMA tornou-se a missão de estabilização da ONU que mais vítimas teve entre militares desde o conflito na Somália (entre 1993 e 1995), com mais de 70 capacetes azuis mortos em três anos.

A intervenção militar internacional, iniciada em Janeiro de 2013, expulsou vários grupos de combatentes islamitas dos principais centros urbanos, mas grandes partes do Mali continuam fora do controlo das forças da ONU estrangeiras ou do governo. (DN)

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