4 de junho de 2018

Navio patrulha português visita Nigéria para estreitar cooperação no combate à pirataria no Golfo da Guiné

O navio patrulha “Zaire” da Marinha Portuguesa, em missão na área de São Tomé e Príncipe visitou a Nigéria para participar, entre o dia 28 de maio e 1 de Junho, no exercício internacional organizado pela Marinha da Nigéria "Eku-kugbe18", que tem como objectivo promover a cooperação e a interoperabilidade entre as marinhas e as Guardas-costeira dos países do Golfo da Guiné e nações amigas face, face ao acréscimo de actividades criminosas que têm vindo a acontecer nesta região, onde se destacam os actos de pirataria, tráfico de droga e pesca ilegal e abusiva dos recursos marinhos.

Este exercício, cujo nome, no dialecto da Nigéria, significa cooperação e trabalho de equipa, juntou ainda mais de 15 navios de várias Marinhas, desde a Nigéria, Camarões, Gana, Togo, França e China, tendo envolvido igualmente uma aeronave de asa fixa e dois helicópteros da Marinha Nigeriana

Entre os exercícios realizados, destaca-se a simulação de resgates de navio mercantes sequestrados por piratas e a apreensão de embarcações de pesca em actividade ilegal.

Durante o período de navegação, o navio português embarcou elementos da futura guarnição da Guarda-costeira Santomense, que aproveitaram para adquirir experiência e treino interno.

Existiu ainda oportunidade para o navio atracar no porto de Lagos na Nigéria, onde contou com a presença do Embaixador de Portugal na Nigéria e do Comandante Naval da Marinha Portuguesa. Posteriormente regressou às águas de São Tomé e Príncipe onde prossegue a sua missão de capacitação da Guarda-costeira Santomense.

Segundo dados oficiais da Organização Marítima Internacional (International Maritime Organization) e da União Europeia, o Golfo da Guiné em 2017 ocupou o 2º lugar no mundo entre as regiões marítimas mais afectadas pela pirataria e roubo armado, registando 23% dos ataques em todo o mundo (o Mar da China ocupa o 1ª lugar do ranking mundial entre os estados costeiros mais afectados por este flagelo).

De 1 de Janeiro até à data de hoje ocorreram 70 ataques a navios no Golfo da Guiné, 47 dos quais ao largo da Nigéria, tendo 118 pessoas sido feitas reféns, um numero que já ultrapassa em muito o registo total de 2017 (85 pessoas reféns).

No período homólogo em 2017 foram registados metade dos ataques (32) e um número significativamente inferior de reféns (35).

O Golfo da Guiné ocupa o 1º lugar do ranking mundial dos ataques em alto mar, representando 50% dos ataques em todo o globo. (Emgfa)

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